O nosso corpo fala tudo que precisa, aponta exatamente o que está fora do equilíbrio e precisa ser reparado.
Temos a tendência de acreditar que os sintomas são um problema, e crescemos aceitando que é algo ruim. Com os saberes sistêmicos aprendemos a amar os sintomas, a entender que eles são anjos mensageiros que vem exatamente para nos alertar e nos mostrar onde efetivamente precisamos de proteção.
Na nossa cultura aprendemos sempre a minimizar a dor dos sintomas sem efetivamente tratar a causa que eles nos apresentam. É como se fechássemos os olhos para não ver o que eles já nos mostraram, evitando o que agora já sabemos por intermédio deles, e evitando o sofrimento deixamos para trás a nossa transformação.
Renunciamos a nossa conversão e continuamos na vida doente que não queremos, mas insistimos em viver nos enganando.
Escolhemos sempre minimizar as dores e fingir que não existem as causas, pois lidar com a dor, com a transformação, e com a renuncia exige muita energia, foco e força, assim nos afugentamos nos remédios para alívio dos sintomas, quando na verdade deveríamos tratar as causas dos sintomas.
Devemos sempre olhar para os sintomas não como castigo, mas como efeitos das nossas próprias atitudes.
Sempre lidamos bem com os sintomas simples, os sintomas curáveis. Esses demandam pouca força e conseguimos afastá-los com a medicina alopática, alguns comprimidos e logo esquecemos, quando na verdade deveríamos logo nos perguntar:
* Eu estou feliz com QUEM estou vivendo ?
* Eu estou feliz ONDE estou vivendo ?
* Eu estou feliz com o TRABALHO que estou desenvolvendo?
Eliminamos os sintomas e esquecemos as causas.
Lembrando que a medicina alopática não deve ser abandonada, ela é muito importante e pode ajudar no caminho para a cura enquanto tratamos devidamente a causa. Tratando a causa eliminamos definitivamente os sintomas.
Devemos amar os sintomas, acolhê-los, tratar a causa e deixá-los irem embora, ficando apenas com a mudança em nossas vidas.
Os sintomas podem não ser só originados nas nossas memórias pessoais. Também herdamos as mazelas, a ignorância e as mágoas de nossos antepassados. Não controlamos o que herdamos, mas podemos tratar e preparar nossos filhos e netos para lidarem com o que recebemos e libertar nossa família do que não nos faz bem.
Precisamos tratar os sintomas por quatro gerações e, aí sim, estaremos curados de todo sofrimento causado por eles.
Esses sintomas e tratamentos devem ser vistos sempre como aliados e não vilões. Eles são grandes oportunidades de transformar os laços do destino, de fazer com que os emaranhamentos sejam pontes entre a felicidade, a saúde e a prosperidade que merecemos.
Quando estudamos as Constelações Sistêmicas acerca dos sintomas e das doenças, nós percebemos que, o que faz adoecer são os relacionamentos. Relacionamentos podem curar e também podem adoecer.
Por isso acredito que o autoconhecimento é muito importante para os relacionamentos, muitas pessoas confundem o que sentem e podem adoecer a si mesmos e os parceiros.
O sentimento de apego é um deles, que pode até parecer um sentimento positivo, mas não é. Ele pode ser tão danoso quanto o ódio ou até mais, por que ele destrói de maneira silenciosa, enquanto que o ódio é aparente e nos dá a oportunidade de nos defendermos.
Devemos constelar para descobrir de onde esse sentimento danoso vem, descobrir a causa, acolher e perdoar o causador abrindo nossos corações e nos libertarmos de mais essa mazela.
Só abrindo nossos corações que podemos nos curar.
Tratamos assim as doenças crônicas, que podem ser chamadas de doenças da ignorância e podem ser passadas aos filhos, netos e etc. Ela não mata, mas impede de viver plenamente. Se você curar a doença crônica, você liberta os seus filhos que não mais carregaram esses sintomas. Isso significa curar através do conhecimento.
Existe também os sintomas de causas incuráveis e é aí que conhecemos a melhor oportunidade de transformar nossas vidas, recebemos a oportunidade de viver o milagre, a chance de viver a conversão. É nesse momento tão ignorado ao longo da vida que devemos fazer a escolha de se transformar, de perder o medo da mudança e nos convertemos a uma nova vida.
Nada, nenhum remédio, nem ninguém pode fazer isso por nós além de nós mesmos. O milagre é algo pessoal e intransferível, é conversão, vida nova, libertação.
O milagre não vem para quem não o quer, ele só vem para quem está disposto a mudar, a se converter e recebê-lo para uma nova vida, uma vida de mudanças em busca de algo melhor. A tal mudança que todos temem, sair da sua zona de conforto é doloroso, mas necessário para a cura, só quem está disposto a fazer o que é necessário alcançará o milagre.
O corpo só se cura quando a pessoa leva a sério seus sinais. Um corpo só estabelece seu equilíbrio quando é levado a sério, quando é tratado com carinho devolvendo a ele a alegria, a consideração e o respeito que ele merece.