Vivia uma vida ansiosa em Curitiba, e não posso colocar somente nos créditos do coronavírus, pois quanto mais me aprofundei nos meus medos inconscientes, percebi que muitos dos meus hábitos estavam baseados na fuga do sentimento de escassez e na sensação de rejeição. Sombras carregadas do passado.
A mudança começou pra valer quando conheci o caminho da constelação e tomei como estilo de vida.
Paralelo a isso, modifiquei meus hábitos, o que significa: alimentação, cuidados do corpo, da mente, olhar mais sério para a espiritualidade, me afastar de influências danosas de outras pessoas, reorganização financeira, cuidar dos meus vícios e muitas coisas que precisariam ter sido vistas a muito tempo.
Houve um salto de qualidade e, mesmo assim, a mente entrou em alguns picos de ansiedade, chegando a me disparar síndrome do pânico, dias atrás.
Mais mudanças foram necessárias. Academia. Ir para terra natal, ficar mais com a família. Reorganizar rotinas. Simplicidade. Terapia. A jornada em busca da paz interna continua, e hoje, morando em um lugar tranquilo, acredito que sou 80% menos ansiosa, por isso posso dizer que o trabalho é lento, mas dá certo.
Quando vejo amigos presos na ansiedade, percebo que eles não estão olhando para as coisas essenciais da própria vida: paz, crescimento harmônico, boas relações, cuidar de si e das próprias responsabilidades.
E por que não conseguem olhar? Porque estão presos a metas e responsabilidades que não são suas: aprenderam a carregar coisas da família, crenças sociais sem sentido, são fiéis ao sofrer e não percebem que podem sim viver uma vida leve.
Isso tudo gera uma carga de ansiedade, pois não agimos em nome da luz, mas em nome do medo. É preciso, então, reverter o processo. Pavimentar a estrada que o levará para a sua própria história e a sua própria sensação de realização. Muitas coisas terão que ser deixadas.
E é assim que concluo essa formação real, entendendo que a desconstrução é a etapa mais importante. Levar comigo, somente o que é meu.
Pode levar alguns anos para olhar verdadeiramente para coisas essenciais, e vagarosamente, irei mudando hábitos. Com isso, naturalmente a ansiedade e todos os outros sintomas, vão ficando com suas origens.
Passo a passo.
Um dia após outro.
Gratidão a minha tia, Janete, a qual me indicou o Rodrigo, aluno da escola para constelar. Rodrigo me indicou a Marisa, comadre da mestra e ela me convidou a entrar para a formação.
Gratidão mestra, por tudo e por tanto.