Por muito tempo eu desejei uma família grande, um time de futebol ou, pelo menos seis filhos, eu sempre falava. Eu pari dois do meu próprio ventre e depois, um do coração. O tempo passou e eu sempre com aquela impressão de casa cheia, crianças pelo quintal. Eu sempre gostei de preparar refeições , fazer festas, preparar guloseimas e sempre preparava muito mais do que precisava. Parecia que sempre esperava mais alguém.
Durante as minhas gestações, escolhi sempre três opções de nomes.
Eu tive sangramento nas duas gestações, mas o médico disse que estava tudo bem, nada para me preocupar. Passou o tempo , os filhos nasceram, cresceram; a vida seguiu.
O meu segundo filho biológico, sempre demonstrou uma certa tristeza e reclamava muito de solidão, dizia que sentia um vazio e que não conseguia se alegrar porque não sabia o que lhe faltava. Eu também não sabia...
Hoje, estudando as constelações e constelando, vi que tive na verdade duas gestações e gerei seis filhos.
Que bom que agora todos sabemos porque sempre haviam pratos a mais na mesa, porque todos os enxovais tinham muitos itens em números de três , três opções de nomes...
Que bom que agora todos sabemos que esse vazio era saudade e essa tristeza era dor dos irmãos perdidos!
Agora todos podem ter um bom lugar no meu coração.
Que bom que agora eu sei!
Estão todos em casa, ninguém mais está perdido.
Que sossego que isso trás !
Já contei para meus filhos que estão aqui, da existência dos que não puderam ficar.
Plantei uma linda muda de jasmim no meu quintal, bem na entrada da casa, para que todos que chegarem, em época das flores, possam sentir o doce cheiro das boas novas, da alegria perfumada que inundará por toda parte e a beleza das pequenas flores do jasminzeiro como faceiras crianças brincando de ciranda e eu saberei que tudo isso preenche , desde já , meu coração de mãe onde sempre caberão todos.
Ah! Que bom que agora eu sei!
Ana Rodrigues , aluna de Olinda Guedes. 🌻🌻🌻🌻