Quem é meu verdadeiro super-herói
Confesso que desde a infância estive sempre muito próximo aos contos de fadas e super-heróis e pude recordar coisas interessantes ao estudar este módulo 6, de um modo especial, a aula 6.
Primeiramente, a minha única fonte de ampliar minhas ideias, ou viajar na imaginação, criar um mundo diferente daquele que eu vivia era a biblioteca da escola da minha comunidade.
Ali eu retirava muitos livros desta temática, pois aprendi ler desde cedo e os livros não eram muito lidos naquela época pelos alunos, então eu podia escolher o que leria.
Os livros eram escolhidos por mim pelo desenho da capa e o nome da obra. Logo que começava a lê-los tinha satisfação em avançar nas histórias de contos de fadas, mas nunca atraído de forma mais profunda pelas mesmas.
E mesmo tendo lido diversos não ficava dando atenção especial a cada uma delas.
Porém, por essas épocas em que eu estava nos primeiros anos de escola a minha família adquiriu uma televisão e a partir daí dei uma grande importância aos desenhos que envolviam super-heróis.
Ficava vidrado nos mesmos e tentava imitá-los, de um modo especial o super-homem.
Assim, passava, sempre que podia e nos era permitido, um tempo assistindo essa modalidade de desenhos que me inspirava a ajudar as outras pessoas e até mesmo pensava quando criança que cresceria e ao expressar meus poderes teria o reconhecimento de uma nação inteira.
Acontece que que eu cresci um pouco mais, e naquela época começávamos cedo a trabalhar.
Pouco ou nada de tempo restava para assistir meus desenhos favoritos.
Então os deixei de lado e segui minha vida sempre buscando o melhor que podia.
Acontece que estudando esse módulo percebi que não foi nada difícil lembrar dos meus heróis favoritos dos desenhos animados, muitas lembranças vieram a cabeça, inclusive lembrei-me que queria me transformar no super-homem para ajudar meu pai nos serviços mais pesados.
Cabe salientar que as marcas que carregamos desde a infância e que pensamos não mais tê-las tornam-se visíveis quando adentramos nestes termos.
Fiquei impressionado ao lembrar de quanto queria ajudar meu pai e minha mãe que muito trabalhavam, como era pequeno, precisaria sim, transformar-me num herói.
Embora tivesse meus pais como heróis, ainda assim, não entendia como nos desenhos era tão fácil e na vida real, bem mais difícil.
Agora adulto percebo que meus pais eram os verdadeiros heróis e o desenho uma farsa para nos ludibriar a respeito dos problemas.
Certamente uma parte preciosa da vida passei como salvador, tentando ajudar a qualquer custo, tentando salvar todo mundo e ainda contando com aquela solução que apareceria no final como nos desenhos.
Infelizmente, a única coisa que era parecida com os desenhos de super-heróis eram os problemas que se amontoavam a cada episódio, mas não aquela famosa solução.
Que bom poder entender que devemos ocupar o nosso lugar no sistema, fazermos o que nos cabe e seguirmos felizes na busca de uma família sempre mais saudável.
Não é nossa responsabilidade resolver tudo para tentarmos deixar todos bem.
As experiências nos fortalecem, de um modo especial as que nos causam dor, pois entendemos que se estamos aqui nesta vida, não é para nos escondermos e sim para vivermos e deixarmos os outros viverem e terem suas histórias de vida construídas por si, não com nossas intromissões.
Por fim, entendi que eu sou o super-herói de mim mesmo e não dos outros.
