Eu vejo você. Nossa mãe agiu achando que era o melhor para ela e para ele.
Ela não se achava capaz de dar conta de mais um filho. Seu ancoramento ao corpo dela foi em um momento de descuido.
Quando eu tinha uns 14 anos de idade, eu a ouvi ao telefone contando a uma amiga que havia descoberto estar grávida em um exame ginecológico. Fiquei com muita raiva dela não ter compartilhado essa notícia comigo, mas sim com as amigas. Afinal, eu era a filha mais velha. E tudo aquilo se tratava do meu irmão. Mais uma vez, fui excluída e diminuída frente a estranhos. Acho que minha “mãe” sempre sentiu prazer em me diminuir.
Será que só assim ela se sentia “grande”? Importante?
Querido irmão, eu me identifico com seu sofrimento. Me identifico com essas memórias transgeracionais de orfandade e miséria que carregamos. Mas, olha, vamos ser felizes. Vamos olhar para a frente a partir do agora? Vamos deixar a pequenez com quem é pequeno? Vamos pensar grande!
Diga para ela, querido Irmão:
“Querida Mamãe, sempre tive muita raiva de você. Sempre me senti órfão, rejeitado e desalmado. Minha alma abandonou meu coração. Um ar frio está retratado em minha alma. Me sinto só, desolado, sem luz. Compreendo agora que você tinha o direito de fazer o que quisesse com seu corpo, mas a minha vida é minha somente, e eu queria viver. ”
Olha, Querido Irmão, o que esse tempo todo sofrendo e perdido está causando a você!
Ela errou, mas ela te amou do jeito dela. Vamos seguir adiante em tratamento.
Vamos ser felizes. Você pode. Eu posso. Nós podemos.
Sigamos, Irmão.
Temos uma vida inteira para viver.