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QUERIDOS E RESPEITADOS ANTEPASSADOS.

QUERIDOS E RESPEITADOS ANTEPASSADOS.
Gloria Regina Gahyva de Aquino
mar. 11 - 5 min de leitura
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Queridos antepassados, eu vejo todos vocês, honro todos vocês, respeito e admiro.

Estou escrevendo esta carta de agradecimento , pois tudo  que viveram, sofreram, dificuldades que passaram e  conquistaram em suas vidas, me possibilitaram ser o que sou hoje, uma esposa, mãe, avó, profissional respeitada e realizada.

Eu sinto muito por não ter conhecido os meus avós paternos, pois quando nasci eles já haviam falecido, mas agradeço pelo pai maravilhoso que me escolheu para sua filha.

Sei que meu pai teve uma vida muito difícil, de muito trabalho pesado na fazenda, assim como seus antepassados, mas conseguiu educar seus oito filhos e muitos outros adotivos.

Ajudou as famílias que cuidaram dele quando ficou órfão de mãe aos cinco anos de idade, numa família de dez irmãos, sei que não foi fácil, mas conseguiram, com muito trabalho e venceram.

Eu admiro, honro e agradeço a meu pai pelos ensinamentos e exemplos de caráter, honestidade, respeito,  responsabilidade, integridade, caridade e fraternidade, pois sempre e  enquanto viveu, nos deu exemplos e orgulho, pois continuou ajudando os descendentes daquelas famílias que cuidaram dele e dos seus irmãos quando ficaram órfãos de mãe.

Depois de muitos anos de viuvez, meu avô casou-se novamente e teve mais seis filhos, e a madrasta de meu pai era uma pessoa boa, a quem chamávamos de avó.

Quando meu avô casou-se pela segunda vez, meu pai já era adulto e independente.

Às vezes sentia pena porque meu pai só estudou até o segundo ano primário, mas  foi suficiente para prosperar nos negócios e na vida, até idoso era leitor de notícias e conversava sobre todo e qualquer assunto, mostrando que a falta de estudo não havia interferido em seu crescimento.

Sempre foi muito religioso, devoto de São Benedito e desde cedo fomos evangelizados. 

Quanto aos meus avós maternos, convivi muito com eles e tenho saudades de brincar no quintal da casa deles, em Cuiabá, perto de nossa casa,  das conversas com meus avós e do ambiente agradável  que era a casa deles.

 Mais para a frente, eu já adolescente tivemos alguns problemas de família e  me lembro do sofrimento de minha mãe tendo que enfrentar seus pais para defender seu esposo e filhos.

Minha avó materna tinha muitos ciúmes de meu pai, pois meu avô gostava muito dele, o que ocasionava algumas situações de desagrado, mas minha mãe nunca permitiu que ela falasse de  meu pai para nós, assim como nunca deixou de assistí-los em todas as suas necessidades.

Certamente que honro e respeito meus avós e entendo os problemas que tiveram, pois a família de minha mãe também era grande, meus avós tiveram oito filhos, porém, sempre  morando em fazenda  tiveram fartura de alimentação e cuidados maternos.

Sou caçula de oito irmãos e sempre vi meus pais como pessoas firmes, fortes e sabedores que queriam para os filhos um futuro melhor, com estudos e diplomas.

Nos educaram de forma rígida e até com palmadas, só mamãe podia dar palmadas, ela dizia que papai tinha mão pesada, porém não me lembro de nenhuma palmada não merecida.

Na fazenda minha mãe era a nossa professora e também dos filhos dos empregados.

Tínhamos horário para as aulas e só depois poderíamos brincar. 

Os direitos eram iguais para todas as crianças, geralmente eram cinco ou seeis na na sala de aula que era uma mesa grande com bancos em uma varanda da casa da fazenda.   

Sempre tínhamos uma obrigação em casa.

Aquela educação à moda antiga.

Mas eram carinhosos e muito presentes em nossas vidas.

Mamãe adorava cantar, fazia tudo cantando.

Nunca os vi discutir em nossa presença, nunca meu pai se sentou em um bar ou bebeu além da conta viviam para a família e para o trabalho.

Papai trabalhava no campo de sol a sol e até estranhávamos ele em casa o domingo todo e dizíamos:

- Mamãe, papai chegou!

Porque ele saia para o campo muito cedo e voltava tarde, às vezes já estávamos dormindo.

Pai, mãe amo vocês e sinto muitas saudades, até dói.

E pelo que sei meus avós e bisavós, os antepassados eram todos nessa mesma linha e forma de viver.

Sei que sou uma de vocês, porém eu sou um indivíduo e estou certa de que   agora estou no lugar certo, de descendente e agora posso me libertar de alguns padrões   preconceituosos, pois eram os seus padrões e normais para a época.  

Honro e agradeço a educação que recebi de meus pais, pautada nos valores de caráter, ordem, família, respeito ao próximo, fé, caridade e fraternidade, na certeza que eles também receberam de seus antepassados.

A partir de agora, sigo minha vida e levo comigo o melhor de  vocês  e que me ajudarão a ser mais feliz.  

Gratidão por conseguir olhar vocês e colocá-los em meu sistema.

Glória Gahyva

(na foto de família acima, Papai não está presente fisicamente, pois já não estava entre nós - foi na comemoração dos 90 anos da Mamãe)

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