Com as aulas e as leituras caíram muitas fichas; dinheiro é pai e tempo é mãe, percebi que não tinha paz com o tempo, achava que não poderia aproveitar o presente e me ocupar da casa e do meu filho em paz me sentia angustiado, achava que não estava fazendo uma coisa produtiva, ficava com medo da escassez, de não ter uma casa para morar e não ter estabilidade financeira.
Na verdade me sentia travada como mãe e dona de casa, desde criança não gostava de ficar em casa, "fugia da minha mãe", preferia ir junto com o meu pai fazer atividades rurais, me sentia mais livre no campo, vista, pertencendo a alguma coisa, sendo que em casa tinha problema de relacionamento com a minha mãe. Ela tem depressão, isso eu não entendia na época aquela tristeza me apavorava.
Agora eu vejo o que aconteceu e o que vivi com meu filho.
Minha mãe inconscientemente representava emaranhamentos e lealdades, e eu vivi a mesma sensação de angústia como adulta, agora eu vejo, agora eu sei. mas hoje vejo também que lutei pela liberdade financeira e afetiva, tive força para fazer o que precisava ser feito para não depender financeiramente do parceiro da época que tem seus emaranhamentos também, têm transtorno bipolar e me dava muito medo, hoje eu vejo, hoje eu sei.
Consegui me sustentar sozinha e precisei de muita coragem, força, determinação e seguir a vida sem olhar para trás.
Agora estou fazendo as pazes com o fluir natural da existência, agora eu posso me conectar com tudo que é abundante, simples, rico como o tempo e o dinheiro, que trazem paz, liberdade, tranquilidade e dignidade sem sofrimentos.
Pude ver o amor adoecido por meio de emaranhamentos e lealdades ao sistema em meio a tudo isso. Agora posso seguir livre e honrando tudo o que passou.