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RELACIONAMENTOS CONJUGAIS

RELACIONAMENTOS CONJUGAIS
Adriana Gaspar Saheb
jun. 7 - 5 min de leitura
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No módulo 3, aula 2, fui convidada a dar mais um passo para o meu interior e recordar do que já ouvi e do que vivi com relação aos relacionamentos conjugais no meu sistema.

Venho de pais que não contavam muito sobre os seus antepassados, mas quando busco na memória lembro: minha mãe relatava que sua mãe gostava muito do seu pai, que por várias vezes a deixava com os filhos para sair e tocar com a sua banda pelas cidades de Minas. Saía, deixava a minha avó, geralmente com um filho recém nascido e retornava tempos depois sem se preocupar em prover ou cuidar da família, repetindo o ciclo por 11 vezes. Minha mãe é a 7ª filha desta família.

Minha avó sempre precisou de dar um jeito para sustentar a todos.

Quando perguntei sobre o que ela sabia dos meus bisavós, a sua lembrança era de que a sua avó materna ficou viúva muito nova e sem filhos e que foi obrigada a casar com um homem mais velho, também viúvo com dois filhos e teve com ele a minha avó. Já a sua avó paterna era muito linda e casou com o seu avô mas ela não sabe quantos filhos tiveram além do seu pai, ela também ficou viúva.

Da parte do meu pai sei apenas que os meus avós eram primos e se casaram. Tiveram 8 filhos e o meu pai foi o segundo desta família. não tenho nenhuma história ou registro dos meus bisavós.

Meus pais se conheceram e se casaram com dois anos de relacionamento. A diferença de idade entre eles era de 10 anos. Para a época tanto o meu pai, quanto a minha mãe eram considerados velhos para casar (ele tinha 34 anos e ela tinha acabado de fazer 25 anos), deste relacionamento tiveram 4 filhos, sendo eu a 3ª. Meu pai sempre foi o provedor que não permitia que minha trabalhasse para cuidar da família. Minha mãe era a que dava conta de fazer tudo por nós, escola, lazer, esporte, tudo ficava para ela.

O que lembro deste relacionamento: eles não eram pessoas que demonstrassem carinho em público, poucas vezes vi troca de carícias entre eles, lembro que por vezes o meu pai chegava em casa após ter bebido e procura brigas geralmente relacionada aos gastos da minha mãe ou alguma coisa que tinha acontecido dias antes. Não existia violência física, mas existia muita violência oral e emocional, mas minha mãe não se calava e também respondia. Após 25 anos de casada e com o casamento de  meu irmão mais velho, minha mãe ficou muito triste e começou a ficar sem interesse em meu pai, mas mantinham uma relação amigável, na mesma casa cuidando da família. 

Neste momento meu pai também se aposentou e passou a conviver mais tempo em casa e a rotina quase sempre era a mesma, ele bebia, voltava dormia ou havia discussão entre eles. Meu segundo irmão se casou. Vieram os netos e os dois passaram a conviver mais como amigos do que como cônjuges.

Com 20 anos me casei com o meu marido Renato e temos 3 filhos. Não tivemos um início tranquilo, vínhamos de mundos diferentes e de forma familiar também diferente, por vezes pensamos em desistir. Porém, fomos nos ajustando e nos permitindo flexibilizar  um pouco para que pudéssemos ter uma família. Procuramos ter sempre momentos em que estamos só nos dois, temos gostos em comum, mas mantemos uma individualidade necessária. Curtimos fazer pequenas atitudes para o outro. Procuramos incentivar o outro para o seu crescimento no aprendizado. Sei que tenho forte a crença do homem provedor e por vezes sobrecarrego o meu marido com esta minha crença e o meu medo de não conseguir dar aos meus filhos o que eles precisam para serem adultos independentes.

Contando um pouco destes relacionamentos pude perceber como as partes femininas do meu sistema foram subjugada e muitas vezes obrigadas a fazer coisas que não eram de sua vontade. Será que estou repetindo este padrão? 

Honro e penso o quanto foi feito por elas para que hoje eu esteja aqui e possa estar caminhando de uma forma diferente, trabalho e sou pós graduada, coisa que elas não tiveram oportunidade.

Penso que quero olhar e curar o que existe no sistema de relacionamentos para que meus filhos e sobrinhos possam viver de forma plena e sem amarras.

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