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RELAÇÕES CONJUGAIS E SEGUNDAS UNIÕES

RELAÇÕES CONJUGAIS E SEGUNDAS UNIÕES
Carla Duran
jun. 26 - 8 min de leitura
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Bert Hellinger em seu livro O Amor do Espírito, diz:

“O relacionamento de casal começa de uma maneira bem comum. Um homem precisa de uma mulher e uma mulher precisa de um homem para que possam se sentir inteiros. O que é um homem sem uma mulher?  Vocês poderão ver isso também aqui comigo. E o que é uma mulher sem um homem? Ela se sente incompleta. E é claro que um homem solteiro pode se sentir inteiro, se tiver a mulher em seu coração e honrá-la, principalmente a própria mãe. O mesmo ocorre com a mulher que precisa viver sozinha, quando respeita o masculino e os homens torna-se respeito. ”

Nossa mestra vem trazer nesse módulo os pilares do relacionamento. Não basta apenas um precisar do outro. A relação requer mais: 

O primeiro pilar do relacionamento é o amor do coração. O amor do coração consiste no desejo genuíno, gentil, amoroso de fazer o bem para o outro, a empatia.

O segundo pilar do relacionamento é a sexualidade. O prazer, a alegria de viver. O casal precisa ter a alegria de viver mutuamente. Não é apenas a quantidade de atos sexuais e sim o equilíbrio dessa sexualidade.

O terceiro pilar do relacionamento é ter algo em comum, um propósito em comum, os filhos ou um grande projeto de vida em comum. A eterna aliança entre um homem e uma mulher são os filhos, ou aqueles que por algum motivo não podem ter seria um propósito de vida elevado, um projeto significativo que se compare a um filho, em comum, para que juntos desenvolvam o amor de graça.

Por algum motivo, esse casal acaba se divorciando, não houve possibilidade de reconciliação e veio o tão difícil processo de divórcio. Muitos casais não entendem que cônjuges se separam, porém, pais não. O cônjuge que se sente vítima tende a transferir aos filhos os problemas desse divórcio.

Muitos homens abandonam seus filhos para viver aventuras, demonstrando sua disfuncionalidade, e muitas mulheres e homens também usam do momento para praticar a alienação parental.

O que é a alienação parental?  

A Síndrome de Alienação Parental (SAP) é termo proposto por Richard Gardner, em 1985, para a situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os laços  afetivos com o outro cônjuge, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor em relação ao outro genitor.

“Um distúrbio da infância que aparece quase exclusivamente no contexto de disputas de custódia de crianças. Sua manifestação preliminar é a campanha denegritória contra um dos genitores, uma campanha feita pela própria criança e que não tenha nenhuma justificação. Resulta da combinação das instruções de um genitor (o que faz a “lavagem cerebral, programação, doutrinação”) e contribuições da própria criança para caluniar o genitor-alvo. Quando o abuso e/ou a negligência parentais verdadeiros estão presentes, a animosidade da criança pode ser justificada, e assim a explicação de Síndrome de Alienação Parental para a hostilidade da criança não é aplicável”. (GARDNER, 1985, p.2)

 

Dessa forma, a SAP consistiria num processo de “programar a criança para que odeie um dos genitores, sem justificativa, de modo que a própria criança ingressa na trajetória de desmoralização desse mesmo genitor” (TRINDADE, 2008, p.102).


Vemos costumeiramente que há uma difamação da figura dos pais, direcionada à criança, fazendo com que essa criança escolha um lado e odeie o outro. E a criança acaba fazendo o movimento de honrar ambos, e acaba gerando em si diversos traumas, doenças, problemas comportamentais que hoje lotam os consultórios dos terapeutas.

Os pais, disfuncionais em suas relações acabam por infligir isso aos filhos, inconscientes de que todos esse processo só causa mal. Fazer com que a criança desmereça seu pai ou mãe, é o mesmo que fazer com que ela se desmereça, uma vez que ela é a soma do pai e da mãe. Sem seus pais, ela não teria vida, ela não seria ela mesma.

Toda separação, deveria ser acompanhada de um rito de separação, com ensina nossa Mestra, para se curar as mágoas, pois todo relacionamento é sagrado, mesmo acabado ele ainda existe.

Não olhar para essas feridas fará com que ambas as partes levem para seus futuros relacionamentos traumas e marcas que tornarão essa relação mais difíceis, ainda mais se houver filhos envolvidos.

E aqui chegamos no imbróglio da segunda união. 

“Uma nova relação não tem o mesmo efeito da primeira. Isso se revela pelo fato de que o marido ou a mulher de uma pessoa que se casa pela segunda vez não ousa tomá-la e mantê-la como a primeira união. A razão é que o casal experimenta a segunda união com culpa em relação à primeira.” Bert Hellinger

Bert Hellinger nos traz a imagem de que a cada novo relacionamento, entramos com “menos”. Já vivemos as expectativas e descobertas da relação a dois com esse parceiro, tivemos mais disposição para que tudo ficasse bem e por isso temos menos à disposição, somos capazes de dar um pouco menos a cada novo relacionamento. Aqui não quer dizer quanto a bens materiais e coisas, e sim a própria dinâmica da vida a dois.

A disponibilidade da alma muda e a pessoa que já esteve numa relação passa a dar menos importância a certas coisas que o outro parceiro ainda não viveu.

E aqui está o imbróglio, principalmente para a mulher que se relaciona com o homem divorciado. Sempre caberá o livre arbítrio de cada um, porém nossa mestra nos ensina desde as lives da Terapia de Relacionamento que nos apaixonamos por nossa patologia, por nosso corpo de dor e diante disto, temos a tendência em não refletir acerca dos relacionamentos e acabamos por nos vincularmos ao outro justamente por estarmos em sintonia com a dor.

Usamos a paixão como pretexto para adentrar nas relações disfuncionais.

Aqui não cabe julgar o motivo do divórcio, o que levou a separação, e o que está levando ao início da segunda união. Não cabe aqui se o homem traiu, ou se a nova esposa foi a amante e etc. O objetivo é refletir que se não houver a cura dessas feridas e o equilíbrio diante dos princípios sistêmicos, com a inclusão desse passado, dessa primeira união, qualquer outra relação estará fadada ao fracasso.

Como disse, caberá as escolhas, porém essa mulher deve ter em mente que nessa relação há que se reverenciar a história anterior vivida, caso contrário não terão êxito. E aqui só com o olhar além do aparente, diante dos princípios e saberes sistêmicos para se atingir a maturidade psíquica para tal aceitação.

“Para que um segundo relacionamento dê certo é preciso, portanto, que o relacionamento anterior seja, em primeiro lugar, reconhecido e, em segundo lugar, deva ter sido dissolvido e maneira positiva”.

Então Carla você está dizendo que segundas uniões não podem dar certo?

Não, pelo contrário, pode sim. Todos merecem ser felizes, prósperos e saudáveis como ensina nossa mestra. Mas para tal, ambas as partes deverão fazer esses movimentos de aceitar, acolher, reparar e perdoar para que as relações anteriores possam de fato ter um bom lugar no coração de cada um e a vida seguir seu fluxo adiante, rumo ao futuro.

Superados tais conflitos, reconhecido e reverenciado essa primeira relação, dando um bom lugar no coração, olhando para o futuro ela tende a ser mais feliz, mais próspera e mais duradoura, pois estará pautada no equilíbrio dos princípios sistêmicos que não houve na relação anterior.

O importante para ambas as partes que vivem esse processo é o amor, a paciência, o perdão e o diálogo.

O amor sempre traz de volta, sempre cura e sempre dará certo.
 

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