Meu pai era um agricultor, ele trabalhava a princípio com um irmão mais velho. Depois da morte do meu avô, ele, a mãe, e duas irmãs solteiras mudaram para as terras desse meu tio, segundo informações recentes que obtive. Não sei muito da infância dele.
Logo depois um tempo, ele passou a trabalhar em umas terras de um compadre, onde também trabalhava de “ameia”, esse era um termo usado, eu não sei definir, mas era plantar, cultivar na terra do outro, e dividir a colheita. Tínhamos muita fartura e os animais que ele criava era dele próprio. À parte também ele já tinha suas próprias terras, mas não tinha tanta bem feitoria como na terra em que a gente morava.
Então, nunca nos faltou nada, até que meu pai começou a ficar doente, lá pelos meados de 80, vindo falecer em 84, aos 52 anos, mais ou menos. Nessa época eu estava na adolescência, minha mãe com alguns dos filhos pequenos, não teve muito apoio de ninguém, apenas no início, desse irmão do meu pai, que também já estava bem velho.
Esse irmão mais velho do meu pai foi como um pai para ele. Sei que meu pai tinha muitos irmãos, mas não sei quantos. Alguns conheci, outros apenas vi uma vez e outros nunca os vi. Dos filhos, meu pai era o caçula e tinha uma diferença grande de idade dos seus irmãos, tanto que meus primos nós os chamávamos de tios.
Após o falecimento do meu pai tivemos algumas dificuldades. A minha mãe deixava que alguns de nós se revezasse por casas de parentes conhecidos dela a trabalhar para ganhar o sustento e roupas. A partir daí, meus irmãos foram vindo para o estado de SP a procura de viver melhor e trabalhar.
EM SÃO PAULO
Lembro-me de quando criança da música de Toquinho, AQUARELA, das publicidades, da propaganda da BIC, do lema “O PETRÓLEO É NOSSO”, eu até achava mesmo que era real!!!
Sobre minha mãe, a mãe dela também faleceu ela tinha apenas 12 anos. Eu tive a oportunidade de conhecer apenas meu avô materno.
Convivi com a família do meu pai, apenas esse tio e uns dois mais, mas da parte da minha mãe o convivo já foi maior, ela tem 8 irmãos ao total e foi a única das mulheres que teve filhos. Suas 3 irmãs não tiveram filhos biológicos.
Vejo nas duas famílias, comparando, muitas mulheres solteiras. Eu e minhas irmãs também temos dificuldades de ter um relacionamento matrimonial, gostaria muito de resolver esse tema, sinto o feminino dos meus antepassados muito ferido.
Na minha casa acreditávamos que nossa mãe era menos sensível, mais brigona. Ela tinha ciúmes do meu pai, contudo, ela também sofreu, porque eu ainda me lembro de umas duas vezes meu pai a agredir. Ela era bastante ciumenta, lembro de um episodio em que ia uma moça em casa ensinar nós, neste caso acho que meus irmãos mias velhos por que não lembro de estudar com essa pessoa, mas lembro do ocorrido.
Minha mãe de repente servindo a janta, ela deu a louca de dizer que meu pai ou era a moça que estavam tocando a perna um do outro por baixo da mesa. Uhhhuuu, foi um deus nos acuda. A moça foi embora chorando e meu pai ficou a noite toda esperando o pai dela vir tirar satisfação com ele. O Pai da moça era valente, pense no medo.
Bom, embora contudo, eu sei que o que uniu os dois foi amor. Eu sei que meu pai amava minha mãe, ela era muito linda minha mãe!!! Da região dela ela era muito cobiçada, mas muito insegura.
Hoje eu vejo também que ela amava meu pai. Mais para o final meu pai ficou mais agressivo, acho que foi a doença, ele faleceu de câncer.
Ficou mais irritado.
Hoje eu entendo, às vezes ele bebia, antes da doença. Bom também apanhávamos sim, na época era assim, mas não por problemas de bebida.
Em resumo, depois que meu pai faleceu, minha mãe ficou uma mulher um pouco complicada, brigona, não nos apoiava, mas eu hoje a entendo como deve ter sido difícil pra ela uma responsabilidades com tantos filhos, somos 10. Acredito, segundo informações que colhi, que ela teve dois filhos não nascidos.
Então a gente teve que se virar. Uns vieram para SP e outros ficaram com ela no Ceará, e os maiores ajudavam na criação dos menores!! Minha mãe faleceu também em 2018, com câncer de pâncreas. Ficamos muito tristes, ela tinha muita vontade de viver. Eu ainda sinto saudades dela, cuidei dela até o final, dia e noite lá no Ceará. Meus irmãos vivem todos em SP, assim como eu. Eles foram só visitá-la, e ficaram um tempo com ela, 10, 15 dias. Ela não quis vir pra cá, eu fui pra lá cuidar dela. Foram dias difíceis. mas uma experiência e uma entrega inesquecível
Então minha adolescência não foi muito fácil, eu diria nada fácil, foi muito difícil, muito cheia de traumas, muito sofrida, e eu sentia essa dificuldades de ir adiante em meus projetos, em minhas relações, gostaria muito de trabalhar, resolver essas questões em mim.
"É PRECISO AMAR AAAAA, AS PESSOAS COMO SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ..."
EM REVERÊNCIA A NOSSSA MESTRA!
#mod03