Uma aula esclarecedora e inspiradora, para olharmos com amorosidade aos nossos queridos familiares que servem dolorosamente ao sistema e muitas vezes são julgados e ainda discriminados.
Existe uma tendência nossa em não expor situações traumáticas, por não querer lembrar dos constrangimentos vivenciados, essa tendência transpassa também para as pessoas que não seguem aquele determinado padrão de normal.
As psicoses são grandes sofrimentos experienciados há várias gerações, que ninguém olhou dentro do sistema. É uma energia que vem pelo movimento e chega até o descendente.
Alinhando com as leis da física, a lei ou princípio da conservação de energia estabelece que a quantidade total de energia em um sistema isolado permanece constante, ou seja, um modo informal de enunciar essa lei é dizer que energia não pode ser criada nem destruída: a energia pode apenas ser transformada de um tipo a outro.
Essa energia não vai para o túmulo junto com o corpo físico, ela vai para o sistema com o intuito de ser trabalhada.
Da mesma maneira que são transmitas as características genéticas, como cor dos olhos, altura de geração em geração, esses sentimos também chegam em uma outra proporção.
A loucura pode ser entendida como uma sensação de verdade fora do espaço e tempo, desproporcional ao contexto de vida atual.
Uma memória transgeracional traumática trazida para o agora, que não tem mais lugar para ser guardada e precisa ser olhada com urgência. É uma ressonância com o movimento, fora do contexto.
Onde, quando e com quem isso foi verdade?
Grande parte da nossa vida, do que acontece, depende daquilo que fizeram muito antes dos nossos avós nascerem. Nossa vida é muito mais consequência da vida dos nossos antepassados.
Só de você estar ouvindo sobre, já leva para o sistema equilíbrio e paz.
Todas as sombras vêm seguidas da luz, de uma forma natural.
É necessária uma intervenção sensorial, pois toda doença tem cura do ponto de vista sistêmico. Nestes casos não é dispensado a medicação, até mesma alopática, sendo fundamental no auxilio das memórias que tomam espaço desproporcional, intervindo no organismo de maneira desregulada.
Observe como muitos de nós temos compaixão por doentes de câncer e não pelos doentes mentais, não é expressada a mesma comoção. Como fomos orientados a olhar para essas pessoas? Olhamos ou ainda fingimos que não vemos? Eles ficam sozinhos com aquele sofrimento. Vivendo sozinhos na escuridão. O campo mostra em forma de matéria.
É preciso amparar, respeitando. Os doentes mentais devem ser tratados com carinho e amor, pois são jóias raras.
Doença graves trabalham para o sistema, é preciso parar para olhar, cuidar.
Quem toma o dever de cuidar da pessoa doente, recebe isso como um cumprimento de tarefa. Devemos ter um imenso respeito e cuidado com a pessoa que toma essa responsabilidade, olhar com dignidade para o cuidador.
Eu finalizo meu relato sobre essa aula especial, fazendo uma singela homenagem a minha sogra, que tomou essa responsabilidade, ao cuidar de seu irmão, hoje com grande comprometimento físico e respiratório, acamado, com quadro de esquizofrenia, que transitada entre passado e presente, deixando claro a busca por atenção e amor em ambos períodos de transição.
O amor expressado por ela em seus cuidados e olhar direcionado a ele, é semelhante ao que detém pelos seus filhos.
Mesmo com os desafios diários e toda resistência dos familiares em seu servir, ela segue com leveza em seu coração que está fazendo o seu melhor. E eu não tenho dúvidas disso.
Te amo sogra. Sua compaixão é linda.
Eu vejo vocês ♥.