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RELATO PESSOAL DO MÓDULO 7: COMO PERCEBO AS NOITES ESCURAS DO MEU SISTEMA?

RELATO PESSOAL DO MÓDULO 7: COMO PERCEBO AS NOITES ESCURAS DO MEU SISTEMA?
Maria Aparecida Inácio Felipe
abr. 12 - 4 min de leitura
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O relato a seguir vai mostrar situações observadas em três gerações: dos meus avós maternos, da minha mãe  e a minha.

Seguindo a hierarquia, o primeiro relato é sobre a história de meus avós. Segundo uma tia, eles se casaram muito jovens: minha avó com mais ou menos 16 anos e meu avô com cerda de 18 anos. Dessa união, tiveram 8 filhos, sendo a minha mãe a mais velha. Meu avô era funcionário público federal, tinha um bom salário, podendo proporcionar à família uma vida farta e feliz. Minha avó ficava por conta dos afazeres domésticos e cuidava dos filhos.

A minha tia conta que sua mãe (minha avó) era muito geniosa e rigorosa com os filhos e que seu pai ficava muito aborrecido com o que presenciava. Em determinado momento, a minha avó desenvolveu o vício do alcoolismo. Daí surgiram as noites escuras dessa família,  pois, a partir daí, ela começa a ter alucinações, a ver perigo em tudo. O maior medo era o da entrada de estranhos em  sua casa para fazer mal a ela ou a seus filhos e, por isso, trancava a casa com todos dentro e ficava olhando pela fresta da porta dizendo: "eles estão vindo"!

Percebo aí a primeira situação de noite escura. Faleceu com apenas 39 anos, deixando filhos pequenos, sendo que a caçula tinha cerca de 3 anos. Posteriormente, a minha mãe que já era casada e morava distante dos pais, acolheu esses irmãos. Depois de algum tempo, meu avô, que sempre foi um bom pai e marido, buscou o segundo casamento. Alguns filhos ainda eram menores, e a relação deles com a madrasta não era boa. Os conflitos eram constantes.

Agora percebo mais uma  situação de noite escura no sistema: na vida de meus tios e de minha mãe que, nessa época, tinha 5 filhos, inclusive eu, pois sou a terceira filha. Devido aos conflitos e sofrimentos associados a uma situação insustentável entre o meu avô e a segunda esposa, a justiça decidiu que um dos irmãos mais velhos assumiria a tutela dos irmãos mais novos. Sem saber o motivo, a minha tia me contou que quem assumiu foi a minha mãe: além dos 5 filhos, passou a ser responsável por 4 irmãos, tendo que se deslocar  de onde morava para acolher os que estavam "desprotegidos".

Como diz a professora Olinda: A vida não é fácil pra ninguém!

      Para minha tia (Graça), a minha mãe abraçou a causa, cuidou dos irmãos como se fossem filhos. Por amor incondicional, esse cuidado com os irmãos durou o tempo necessário para que eles pudessem caminhar com as próprias pernas. Enquanto isso ocorria, outros filhos de minha mãe foram chegando, totalizando 12 , sendo um não nascido. Imaginem quantas crianças precisavam de cuidado! Essa tia, que me forneceu essas informações, tem pela irmã/mãe, muito carinho, respeito e gratidão.

Minha mãe faleceu aos 44 anos e também deixou filhos pequenos, que ficaram sob a responsabilidade da minha quinta irmã aos 17 anos de idade. Houve uma repetição, em que a irmã teve que cuidar dos irmãos, porque a mãe deixou os filhos pequenos. Trata-se de mais uma situação de noite escura, sendo que, na época do falecimento, a minha irmã caçula tinha 10 dias de vida.

Quando meu pai assumiu o segundo casamento, meus irmãos já estavam mais fortalecidos e não tiveram tantos conflitos. Acredito que Deus sabe de todas as coisas e só quer o melhor pra nós. Com a graça divina, meus irmãos  sobreviveram.

É certo que todos passam por noites escuras, mas,  pensar que há uma Força Divina que nos ampara e nos direciona aos caminhos a serem trilhados, acalanta o coração.

Quanto a mim, poderia citar outras tantas, mas cito apenas uma: o dia em que enterrei meu segundo filho com 7 anos e 9 meses, há 19 anos atrás. O que restou de tudo isso foi simplesmente a gratidão por fazer parte dessa história e por ter condição psicológica e emocional pra fazer esse relato, pois o nosso Pai Maior sabe de todas as coisas.

Gratidão a Deus!

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