Ontem tive um sonho que não compreendi muito bem.
Então pensei em fazer um desenho como representação desse sonho para que eu pudesse ter clareza da mensagem que estava sendo transmitida.
No sonho eu era essa pessoa que está deitada no chão ao lado de uma calçada na altura média. Eu estava ali para auxiliar todas essas mulheres que estavam grávidas a terem seus bebês.
Então elas vinham, subiam na minha barriga, davam um salto para a calçada e logo em seguida já iam se sentando em círculo com seus bebês no colo, e todas elas amamentavam seus filhinhos com muito amor.
Não sei exatamente quantas mulheres foram.
Sei que eram muitas.
E no final, eu me sentei e fiquei olhando para cada uma delas com uma sensação de missão cumprida, uma satisfação por ter contribuído com todas, eu me sentia muito bem.
E eu pensava:
-Que ótimo, cada uma assumindo a sua responsabilidade.
Quando fiz o desenho, eu fiquei olhando para ele e perguntei:
-O que isso representa?
E me veio a consciência que essas mulheres podem ser uma representação de mim mesma. Comecei o desenho por essa mulher que está de calça azul. Ela mostra seu bebê com orgulho.
O segundo desenho é da mulher de blusa verde, ela está de costa para o circulo. Na hora não percebi, mas tive o impulso de continuar o circulo a partir da mulher de cabelos longos.
E fui seguindo até fechar o círculo.
No final eu olhei e vi duas mulheres que pareciam desconectadas do grupo.
E me veio essa memória de por muitos anos eu me senti desconectada da minha família, dos meus pais e irmãos.
Saí de casa para estudar eu tinha oito anos de idade, e nunca mais voltei a morar com meus pais.
E por muitos anos não tive convivência com meus irmãos. A partir dos meus 18 anos foi que passei a morar perto dos meus irmãos.
Ainda me sentia desconectada, me sentia perdida.
A partir dos 30 anos comecei a me encontrar. Fui estudar, fiz muitos cursos na área holística e todos me ajudaram chegar até aqui mais consciente, presente e feliz.
Continuo me dedicando ao autoconhecimento. E essa formação de constelações sistêmicas com Olinda Guedes está me trazendo mais clareza ainda.
Hoje posso dizer:
- Eu pertenço, e estou ocupando o meu lugar.
Acho que esse desenho representa isso: as duas mulheres desconectadas que ao longo do caminho foi juntando suas partes até ocupar o seu lugar.
E a sensação de missão cumprida, é porque hoje entendo que cada um é responsável por aquilo que está criando. Eu posso contribuir para um mundo melhor, para o bem estar da minha família, mas não posso assumir a responsabilidade pelas escolhas deles.
Tânia