No último mês tenho sentido muitas dores em minhas mãos. E não sei, se por pura coincidência ou não, mas estou estagnada no módulo 4 do nosso curso: Sintomas e doenças – o sintoma como caminho. Me parece que tem algo aqui que preciso olhar.
O que esse sintoma está pedindo de mim?
Então, em um olhar interno, me vem à mente a palavra: ressentir. Que significa, sentir novamente. O que estou ressentindo que pesou em minhas mãos? A sensação que tenho, é como se todo o meu sentir estivesse refletindo em minhas mãos. A angustia, a tristeza, a raiva, a insatisfação. Tudo pulsa em minhas mãos, com muita dor e limitação. É como se tivesse um peso que me impedisse de prosseguir.
Busco a frase da mestra Olinda: “O que faz curar ou adoecer são relacionamentos.” Então agora olho para os meus relacionamentos e digo:
Meu marido, obrigado por você ser a pessoa maravilhosa que és, infelizmente não posso carregar as tuas dores, tristezas, frustrações e a tua orfandade. Infelizmente, você não quer olhar para isso, e buscar a cura para amenizar tua dor. Saiba que estou aqui para quando estiver pronto para essa caminhada, mas, não posso mais carregar as tuas dores em minhas mãos. Eu me liberto! Sou grata por tudo que você é e significa em minha vida. Eu te amo! Eu vejo você!
Minhas filhas, amo vocês incondicionalmente. Vocês já são adultas e independentes, são livres para viverem suas vidas com sabedoria, amor e gratidão. Nos libertamos, mas sem nos perdemos, porque fazemos parte da fonte do mesmo amor. O que carrego de vocês é tudo que nos fortalece e deixo para trás tudo que nos enfraquece. Amo vocês! Eu vejo vocês!
Minha mãe, sei que sua vida não foi nada fácil. Eu te amo e agradeço infinitamente por ser minha mãe e ter me dado a vida. Tudo que aconteceu, teve que ser assim. Não teve como ser diferente. Eu nos liberto dos emaranhamentos do passado com gratidão e amor. Eu te amo! Eu te honro! Eu te agradeço! Eu vejo você!
Às minhas antepassadas: Sinto o peso de suas mãos em minhas mãos. Eu honro vocês! Mas também me liberto de concluir suas tarefas.
As mãos de minha bisavó lavadeira. Eu honro você! Eu agradeço por fazer parte da mim. Por me mostrar a beleza de um trabalho que exige mãos fortes e ao mesmo tempo delicadas. Mas deixo para trás o peso de tantas roupas, quaradas, lavadas, torcidas, estendidas, passadas. Eu nos liberto! Eu vejo você!
Minha avó benzedeira. Eu honro você! Eu agradeço por fazer parte de mim e por ter me ensinado que as mãos podem ser instrumentos de cura, doação e amor. Eu nos liberto! Eu vejo você!
À minha avó, que não enxergava com os olhos, mas sim com as mãos. Eu te agradeço, por me mostrar que as mãos nos aproximam do outro. As mãos podem transmitir tanto amor que os olhos são incapazes de perceber. Eu honro você! Eu nos liberto! Eu vejo você!
Acredito que com meu ressentir, passei a sentir o peso das mãos dos que vieram antes e dos que estão aqui. Passei a carregar todas as suas dores, angústias e expectativas. Mas agora busco transformar tudo isso em amor. Segundo Paulo em carta aos Coríntios o amor: “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” O amor também tudo cura, o amor é milagre.
Preciso reestabelecer a conexão comigo, com meu trabalho com meu bem viver. Fortalecer o meu relacionamento comigo mesma. Olhar para o meu corpo e para minha dor com respeito e estabelecer os limites necessários para ter saúde e ser feliz.
Segundo Louise Hay: “O amor gera curas milagrosas. Amar a mim mesmo opera milagres em minha vida.” Agora é mudar a palavra ressentir pela palavra ressignificar, assim, vou continuar honrando tudo que foi e tudo que é, mas sem dor e sofrimento, apenas caminhando, curando, aprendendo e me amando!