A palavra lealdade bateu muito forte em mim e no meu sistema. Me envolveu e me fez mergulhar em lugares e pensamentos que ainda não havia estado. Mexeu demais comigo! Essa lealdade oculta e invisível que imitamos inconscientemente dos nossos antepassados e que sofremos as consequências por eles.
Hoje, sei que no fundo, não pertence a mim adoto por amor cego ao meu sistema.
Uma certa vez, meu Tio irmão de meu Pai, a quem tenho muito carinho e respeito, em uma das vezes que fui visitá-lo, me disse algo intrigante sobre o meu Avô paterno:
“Nós herdamos do meu Pai o jeito de trabalhar. Trabalhava só com os braços, por isso, não teve nada na vida.” E continuou dizendo: “Eu quis fazer diferente, trabalho com os braços e a cabeça. Por isso, consegui ter êxito na vida.”
Confesso que fiquei confusa, mas me pôs a pensar. Isto é a lealdade que meu Pai também herdou e que replica em nós.
Em minha família somos quatro filhos e uma prima que veio morar conosco ainda criança. No trabalho sempre cumprimos com as nossas obrigações, não falhamos com nossos compromissos, demonstramos responsabilidade, honestidade, retidão e decência.
Mas nunca obtivemos o que merecíamos, aliás, às vezes até éramos perseguidos e aquela vaga de promoção acabava por ser de outro. Chateados, indignados e nos sentindo inferiores, seguíamos adiante sem entender.
Por que a prosperidade pode ser algo tão sofrido para nós? Por que temos que repetir padrões que não obtiveram sucesso e que traz somente dor e sofrimento?
Na minha família paterna houve muitas perdas financeiras do meu Bisavô. Perdeu suas posses e seus filhos tiveram que trabalhar com os braços para ter o mínimo.
Uma janela se abriu...