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SANGUE DE PELICANO

SANGUE DE PELICANO
tania Monteiro Lopes
jun. 11 - 7 min de leitura
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Esse filme me tocou profundamente.

Fala sobre o amor de mãe, e o que uma mãe é capaz de fazer para salvar um filho.

A história é sobre uma mulher, treinadora de cavalos policiais, de uma habilidade incrível para lidar com os animais. Ela tem uma filha do coração e decide adotar mais uma garotinha de 5 anos. Ela tinha uma semana para conviver com sua nova filha e perceber se iam se dar bem.

Na primeira semana a garotinha de nome Raya foi super gentil, demonstrava estar feliz com sua nova família.

Os dias foram passando e Raya apresentava um comportamento muito agressivo, rebelde, agia com frieza, tinha pensamentos obsessivos e horrendos. Na escola nenhuma criança queria ficar perto dela.

Raya sofria de um trauma emocional muito profundo. Ela não conseguia demonstrar afeto, ou sentir qualquer emoção. Ela vivia um impasse, uma parte dela queria gostar da mãe e a outra parte queria machucá-la.

A genitora de Raya era prostituta, foi morta por um cliente.

Raya presenciou tudo. Ela não tinha nem dois anos de idade, ficou sentada ao lado dela por dois dias, até que os vizinhos as encontraram. Foram encontradas marcas de mordidas pelo corpo da genitora, provavelmente Raya estava tentando acordá-la.

Quando Raya foi expulsa da escola, sua mãe brigou e lutou por ela, mas os pais das outras crianças não queriam que seus filhos sofressem qualquer ataque de Raya.

 Sua mãe lidava com tudo isso com muita paciência e amor, ela sabia que não estava sendo fácil para essa pequena criança carregar todo esse sofrimento. E começou buscar ajuda para sua filha.

Nos exames que Raya fez mostrava a amigdala atrofiada, uma deficiência morfológica grave. O médico chegou à conclusão que Raya não sentia empatia ou medo.  Sua psique, a protegeu do tormento emocional, salvando a vida dela.

Raya foi encaminhada para uma instituição com equipes treinadas para lidar com esse tipo de caso.

E sua mãe resistiu; ela sabia que nesse lugar sua pequena criança não seria amada.

Mesmo ouvindo do médico que amor não era suficiente para curá-la, e que não podia esperar um milagre, ela não desistiu de sua pequena criança.

Se Raya tivesse tido um cuidador constante após o nascimento com quem ela conseguisse criar algum tipo de vínculo muito próximo os percursos emocionais existiriam, estariam apenas enterrados e poderiam ser reativados.

Wiebke, sua mãe, estava muito disposta a fazer o que fosse preciso para curar o trauma emocional de sua linda filhinha.

Então, Wiebke começou a estimular a produção de leite no seu peito e oferecer a Raya tudo o que ela não teve quando bebê. Amamentando e olhando nos olhos de Raya, Wiebke ia dizendo a ela o quanto ela gostaria de ter feito isso quando ela ainda era um bebezinho.

Exausta de todo o trabalho com sua filha, Wiebke decide deixar Raya na instituição que o médico havia sugerido.

Quando ela a deixou no abrigo, sua pequena lhe disse: será que eu tenho algum defeito?

Essa não era a primeira vez que Raya estava sendo devolvida.

Ela já tinha passado com outras famílias, e nenhuma delas soube amar Raya como Wiebke a amava.

O questionamento de Raya tocou o coração de sua mãe. Ela a tomou dos braços dos cuidadores e a levou de volta para casa.

Desesperada e sem saber o que fazer Wiebke aceitou ajuda de uma Xamã que dizia: quando uma criança vivencia algo horrível, a dor pode ser muito intensa, mas uma parte da alma se salva, ela se esconde e acaba formando um vazio energético no lugar; alguma coisa criou raízes lá, um ser que faz tempo que está lá , e precisa ser convencido a sair, só assim a parte perdida da sua alma poderá ser recuperada, e até que isso aconteça a criança não terá sentimentos nem amor, é uma criança morta.

Wiebke concordou em fazer um ritual para que sua filha se livrasse desse ser que estava lhe roubando a alma. E assim foi feito! Mãe e filha participaram do ritual.

Todo seu esforço valeu a pena!

Raya requer cuidados ainda, mas já consegue manifestar seus sentimentos. Já não é mais uma criança morta.

Uma mãe é capaz de fazer qualquer coisa para salvar o seu filho.

 

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A LENDA DO PELICANO

O simbolismo do pelicano assenta-se sobre uma comovente lenda com origem na idade média, que afirma que o pelicano, quando não encontra alimento para sustentar sua prole, rasga seu próprio ventre para alimentá-la com seu sangue.

O pelicano é uma ave de grande porte que vive nas regiões aquáticas em todos os continentes, possui bico avantajado e tem, no bico inferior uma bolsa onde acumula os peixes pescados.

As fêmeas alimentam os filhotes despejando as reservas acumuladas na bolsa membranosa. Para esvaziá-la, comprime o peito com o bico, fato este, que deu origem a essa antiga lenda, onde o pelicano abre o próprio peito para dele extrair sua carne a fim de alimentar os filhotes, quando não encontra alimento.

Simboliza, portanto, o amor com desprendimento.

Conta uma lenda medieval que um pelicano saiu de seu ninho em busca de comida para os seus recém-nascidos filhotes. Não notou que por perto se escondia um predador, só esperando a sua ausência para atacar o ninho. Mal o pelicano desapareceu no horizonte, o danado atacou os coitadinhos, que ainda não tinham aprendido a voar e nem a se defender.


O predador devorou a todos, só deixando como sobra as pequeninas ossadas com as penas que mal começavam a despontar. Quando o pelicano voltou ao ninho viu a tragédia que ocorrera. Atirando-se sobre os corpos dos filhos chorou horas e horas, até que suas lágrimas secaram.

Sem mais lágrimas para chorar pelos filhos mortos, começou a bicar o próprio peito, fazendo verter sobre o corpo dos pequeninos o sangue que jorrava dos ferimentos que ele mesmo provocara com aquela mutilação.


No seu desespero não percebeu que as gotas do seu sangue, pouco a pouco, iam reconstituindo a vida dos seus filhos mortos. E assim, com o sangue do seu sacrifício e as provas do seu amor, a sua família ressuscitara.

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