“A doença é o sinal de que existe algo que aguarda para ser colocado em ordem. É sempre o amor que coloca algo em ordem. Principalmente o amor a um excluído que não tem lugar. Esse amor quer sempre mais. Também a doença quer sempre mais. O movimento em direção a este mais é um movimento em direção à saúde.” Bert Hellinger, no livro A Cura.
Nosso corpo é um sistema de grande complexidade e, como sistema, ele funciona de forma interligada, com as partes se influenciando de forma contínua.
Dessa forma, precisamos ampliar o olhar, compreender de forma ampla e sistêmica aquilo que nos acomete.
No meu caso, tinha, desde os 25 anos de idade, fortes dores pelo corpo, principalmente nas costas; anos depois de árdua espera, com idas e vindas à vários médicos, o diagnóstico: Fibromialgia.
Percebe-se que muitos médicos não dão muita atenção às doenças psicossomáticas, mas, por sorte encontrei um na capital mineira que estudava estes casos.
A partir daí, entendi o quanto meu corpo gritava de dor, o quanto eu me maltratei, e continuaria a me maltratar ingerindo tantos medicamentos, pois o médico me disse que a doença é controlada e não curada, que esta doença surgiu de vários fatores e não somente um isoladamente.
Eu, como portadora de fibromialgia, sentia que a raiva era um sentimento muito presente.
Sei que esta raiva é de uma criança que não sentiu o amor maternal e da rejeição e do abandono advindo disso; raiva também pela correção rígida de um pai, apesar de ter tido um pai extremamente carinhoso e presente na medida que podia. Raiva por um parceiro que causou grande decepção.
Se não desvincularmos nosso amor infantil, olhando e honrando nosso sistema e suas dores, como adultos, podemos estar fadados a repetir o acontecimento, num ciclo de dor que não cessa, até alguém olhar para incluir, ordenar, algo que ficou no passado.
Quanto maior é a nossa abertura e concordância com o sintoma que nos acomete, mais suscetíveis à cura e a compreensão sobre nós mesmos, ficamos. Assim o tratamento pode se desenrolar com mais efetividade quando há uma aceitação profunda e o reconhecimento desta condição que nos acomete.
Joguei o sintoma para "debaixo do tapete", e não busquei resolver e tratar as causas, pois tratando as causas realmente resolvemos os sintomas.
Hoje busco incessantemente a cura através das constelações familiares, que me pedem transformações profundas, assim passo a entender a vida de outra maneira.
E a cura virá com certeza, quando de fato, eu levar meu corpo a sério me reequilibrando e devolvendo a ele a alegria, consideração, respeito e o amor que ele precisa.