No livro a doença como caminho tem uma passagem na página 13 que quero destacar devido a relevância de estarmos atentos ao presente e aos sinais que recebemos referentes a padrões de comportamento no mundo externo, mas que afeta o nosso interno.
Ele diz quando as pessoas deixam de interpretar os acontecimentos que ocorrem no mundo e o curso do seu próprio destino, a sua existência dissolve-se na incoerência e no absurdo.
Para interpretar algo é necessário que haja um padrão de referência exterior ao plano no qual se manifesta aquilo que se pretende interpretar.
Compreendo assim que devido a nossa desatenção, o destino nos traz em forma de doença um chamado a reflexão sobre o mal que fazemos a nós quando permitimos a mágoa, o ressentimento e a raiva fazerem moradas em nossas mentes.
O próprio autor reforça minha interpretação quando diz mais adiante, no subtítulo doença e sintoma que o corpo nunca está nem doente nem são, na medida em que nele se manifestam apenas as informações da mente.
O corpo nada faz por si só.
Para comprová-lo basta observar um cadáver.
O corpo de uma pessoa viva deve o seu funcionamento precisamente a duas instâncias imateriais que costumamos apelidar de consciência(alma) e de vida (espírito).
Por isso a necessidade de ficarmos alertas quanto ao modo em que estamos vivendo e convivendo dentro da sociedade e de nós mesmos; já que o nosso corpo e mente é um mundo particular que interage com outros.
Para isso, observar os sintomas é importante porque diz sobre a maneira que agimos, se está em desarmonia com o nosso propósito e objetivo de vida ou se os nossos relacionamentos não estão nos proporcionando paz e tranquilidade, levando a ter refletidos em nosso corpo dores.
Muitas vezes levamos uma vida de forma inconsciente, sem nos importar com o que está acontecendo ao nosso redor, quando as doenças aparecem busca-se solucionar os efeitos e raramente há procura pelas causas.
Para as constelações familiares, dentro dos princípios da ordem do amor devemos respeitar a lei do pertencimento, da hierarquia e o do equilíbrio.
Quando ocorre algum fato que contrapõe estas leis, por exemplo exclusão, dificuldade passada pode incidir, em qualquer das gerações do nosso sistema familiar, efeitos nocivos a uma ou mais pessoas das gerações seguintes.
Gerando sintomas como forma de reparação ou expiação para o sistema familiar.
Nosso corpo além das características físicas herdadas, guarda memórias transgeracionais, que por vezes, podem gerar, após um gatilho ser acionado, sintomas físicos ou psicológicos.
O que podemos chamar de emaranhamentos sistêmicos.
Por isto, a importância de buscarmos entender o que o corpo está querendo falar com estes alertas, buscando entender se o sintoma está ligado a um tipo de insatisfação momentânea ou se é o nosso sistema buscando organizar alguma desordem de gerações anteriores.
No livro “A verdade sobre o sofrimento humano”, Olinda Guedes declara na página 19 que o sofrimento é a busca do amor.
Ele é um anjo que nos acompanha sinalizando a direção que precisa ser ajustada, tomada, modificada, alcançada.
Mostrando assim que o pano de fundo de todo mal é o mesmo do bem: o amor. Por isso a necessidade de ouvir respeitosamente e agir de modo a curar todo o sistema em que estamos inseridos.
Traumas, fobias, infecções e demais doenças estão no registro genético que vão se perpetuando dentro de um sistema familiar até que os membros por meio desses sintomas busquem a reconciliação apaziguadora que traz a cura.
Portanto, é importante compreender a dinâmica dos sintomas e das doenças, sabendo que eles exigem mudanças em nosso comportamento, sendo proporcional a sua intensidade. Quanto mais intenso, maior é a exigência para se restabelecer.
Menos intenso, mais fácil de curar.
Cada ser é único e por isto, cada sintoma deve ser analisado dentro do contexto que está ocorrendo e de uma forma holística.
Todos estes movimentos, como diz a Olinda Guedes, devem ser olhados além do aparente, devemos entender que qualquer problema, sintoma, doença pode ser uma chance de transformação, de autoconhecimento e de nos fazer conectar com os nossos antepassados.
Nos dando a oportunidade de encontrarmos com a felicidade, realização e principalmente, com a saúde.