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SINTOMAS E DOENÇAS

SINTOMAS E DOENÇAS
Lorenna Gomes Do Nascimento
mai. 11 - 6 min de leitura
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Dentro das constelações os sintomas são vistos de modo diferente. A nossa cultura é combativa dos sintomas, e busca sempre excluí-los. É certo que os tratamentos médicos são necessários muitas vezes, mas não podemos descuidar do fato de que um sintoma é um mensageiro, uma oportunidade de olhar para algo mais profundo.

Esse algo mais profundo ocorre na alma, como bem retratado no Livro “A doença como caminho”, de Thorwald Dethlefsen e Rudiger Dahlke. Na obra, os autores, em sintonia com as ordens do amor, assinalam que a doença é um estado que indica que o indivíduo deixou de estar em ordem ao nível da sua consciência.

Achei incrível porque eles não colocam a doença como algo que o corpo tem, mas como um estado da alma, que apenas reflete no corpo o que lhe atormenta e desequilibra.

Trouxe do mesmo livro um trecho que se coaduna bem a esse entendimento, que diz assim, ipsis litteris:

“Nessa perspectiva, o sintoma é um sinal portador de informação, uma vez que através da sua aparição interrompe o ritmo da nossa vida e obriga-nos a ficar dependentes dele. O sintoma assinala-nos que enquanto indivíduos, enquanto seres dotados de alma, estamos doentes, ou seja, perdemos o equilíbrio das forças da alma. O sintoma informa-nos de que algo falta.”

Percebe-se, assim, o quanto um sintoma pode ser transformador e o quanto essa transformação vai se dar de forma profunda tanto maior o sofrimento que o sintoma traga. Esse olhar, essa perspectiva, não é fácil de ser apreendida. Na prática, quando o corpo para e sinaliza que a alma necessita de cuidados, custa assentirmos com facilidade ao estado em que nos encontramos.

Acredito que somente após refletir e entender mais sobre o que aquele sintoma pode querer nos mostrar, é que aos poucos vamos assentindo com tudo tal como é. E o estudo da constelação nos ajuda nisso. Só aos poucos vamos conseguindo incluir (e não excluir) o sintoma e tudo o que ele nos traz, para reestabelecermos o equilíbrio em nosso corpo (como um todo).

Então, precisamos nos questionar sempre: o que esse sintoma está pedindo de mim? O saber sistêmico é inclusivo. E esse questionamento inclui o sintoma, como aquele mensageiro que direciona o nosso olhar para outra perspectiva acerca de nós mesmos, até então desconhecida ou apenas desfocada.

Um sintoma pode não ser fruto da memória pessoal e sim de uma memória ancestral/transgeracional de dor e de sofrimento. Porque tudo o que não foi completado lá atrás, por algum ancestral nosso, alguma experiência vivida, não se esvai, continua existindo. A energia existe e pede a inclusão pelos que vierem depois.

Isso nos diz que todos nós trabalhamos não só para o nosso estado de saúde, mas para a saúde de toda uma geração, de todo o nosso sistema familiar.

E podemos começar a observar quais doenças acometiam os nossos antepassados e quais delas podem ter relação com as tristezas e sofrimentos que experimentamos hoje em dia.

Isso nos ajuda a constelar, pois muitas fichas podem cair. Também passamos a nos cuidar mais, principalmente do nosso coração, pois a doença acontece primeiro, como dissemos, na alma.

Assim podemos falar em milagres, pois muitas vezes, apesar do diagnóstico médico, não há sofrimento por parte da pessoa. Isso pode existir? Sim! Quando ela assentir ao estado da doença, quando o seu SIM for integral, aliada à sua mudança de hábitos de vida, de sentimentos, enfim, os milagres podem acontecer.

Ademais, as doenças podem ser um sinal de pertencimento. E quando atua a boa consciência aqui, apesar do diagnóstico, quem sofre sente, ainda assim, a consciência tranquila por ser igual aos seus antepassados, igual àqueles que também possuíam a mesma doença e tinham os mesmos sintomas.

A mestra fala neste módulo, sobre asma, e me lembro que, apesar de não ter tido asma, na infância eu tive muitas crises respiratórias. E me lembro que, toda vez que os meus pais brigavam, eu tinha bastante medo que eles se separassem. Numa constelação, percebi que minha criança ficava no meio da relação deles, como se para salvá-los de algo. Acredito que adoecer fosse uma tentativa de uni-los novamente. Hoje compreendo o porquê da escolha da minha profissão. Muitas fichas caíram neste módulo.

Portanto, o nosso corpo fala o tempo inteiro. E se buscarmos a cura através da abordagem sistêmica, temos que olhar para o sintoma e para a doença com outros olhos.

Olhos de quem sabe que precisa perceber o que aquela parte do corpo representa. Por exemplo, o que ou quem eu preciso incluir no meu coração? O que essa parte do corpo ou esse membro estão me sinalizando para que a minha vida seja mais completa, integral, para que o meu sistema volte a ter equilíbrio e que todos voltem a pertencer?

Essa percepção, creio, muda sobremaneira a postura interna e a motivação para cuidarmos de nós e buscarmos permanecer sempre num estado saudável.

Sintomas são convites à mudança e nos permitem experienciar uma nova forma de nos ver e de enxergar o mundo à nossa volta, talvez com o brilho que nos faltava e com a importância que não dávamos à nossa existência e às relações familiares.

#constelaçõessistêmicas#mod04

 

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