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SINTOMAS FAMILIARES

SINTOMAS FAMILIARES
Eide Reati do Prado
jun. 7 - 4 min de leitura
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Tarefa módulo 4

Havia uma adolescente de 13 anos que se viu paralisada frente aos desafios da escola, da socialização e uma dificuldade em se expressar. Ela não entendia o que estava acontecendo, pois até então, não havia problema algum.

Parecia que da noite para o dia, algo havia acontecido e ela torcia para não ler, não ser chamada pelo professor. Por muito tempo, vendo os colegas desinibidos, lendo, conversando, rindo ela se perguntava: O que aconteceu comigo, por que sou assim?

Faltava-lhe o ar quando precisava ler. Entre os amigos o pouco que falava, acreditava que ninguém “dava bola”. Tempos depois descobriu que tinha fobia social. Escondeu de todos.

A adolescente cresceu e os desafios também. Como professora se destacava como tal, pois frente aos alunos ela se sentia bem. Frente aos colegas era taxada como metida, que não se misturava. Fugia das formações para não se expressar. Fugia e sofria com isso.

Na gravidez descobriu que era anêmica, tinha talassemia, e tireoidite de Hashimoto. Sua pressão era baixa e realmente parecia que sua vida estava voltada para o menos.

Mas estava tudo certo. Talassemia é uma doença vinda dos imigrantes da Itália, eu pertenço. A inflamação na tireoide evoluiu para hipotireoidismo e está tudo bem, minha mãe, tias, irmãos, todos têm.

Já mulher, com filhos, ela decidiu olhar com mais amor para si e buscar respostas. Trocou as frases: “todos têm” por “por quê todos têm?”. Começou a se perguntar o que isso quer me mostrar?  O que isso veio para me ensinar ao invés de perguntar “o porquê comigo?”. De vítima passou a ser protagonista.

Anotando e estudando o sistêmico descobriu que sua fobia social vinha da época em que seu pai chegava bêbedo e ela fingia nem respirar na cama para não ter que ir ficar à beira da mesa. Não queria ser vista.

Por favor papai, não me veja.

Quando era colocada em situação com pessoas por perto faltava o ar. O ar que ela prendia na infância para se camuflar.

O hipotireoidismo vinha das muitas separações que acontecera na ancestralidade. Vieram da Itália, muitos ficaram por lá, e outros morreram durante o trajeto. Houve também muitas mortes precoces na ancestralidade.

Anemia e a pressão baixa vem para revelar a falta de alegria, carência, incertezas perante a vida e o sentimento de falta de amor.

Essa menininha que virou mulher poderia ter continuado fazendo o papel de vítima, mas, era olhou com muito amor e respeito para si, para sua trajetória e principalmente para seus pais e sua ancestralidade.

Hoje essa mulher com 40 anos já não tem fobia social, não é mais anêmica, sua pressão normalizou e aos poucos está baixando o hormônio que toma para o desafio na glândula tireoide.

Outro ponto já tão resolvido e por isso esquecido de ser relatado nas linhas anteriores, são as cólicas menstruais e ovário policísticos. Por longos anos tomando pílulas anticoncepcionais, indo tomar medicação na veia pelas fortes dores, hoje é como se nada disso foi realidade. Há um ano sem medicação, sem remédios para cólicas ou pílulas. E os ovários? Saudáveis.

A questão é que foi olhado para o sagrado feminino com amor e respeito. Dizer que sentia muito se foi desafiador ser mulher dentro daquele sistema, mas que estava pesado demais carregar essa dor em seu útero. Também foram feitas  pesquisas sobre os abortos na família e veio a luz que praticamente todas as tias tiveram e as avós também. Foi dado um lugar a todos.

Essa forte e linda mulher sou eu. 

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