As cólicas e dores no período menstrual sempre foram um sintoma muito presente em minha vida.
Tanto minha mãe, quanto minha avó materna tiveram uma filha não nascida e foi em um momento muito doloroso para as duas, em que se sentiram desamparadas e com o sentimento de desvalia por ser mulher, como explica no seu livro a Olinda Guedes, "A verdade sobre o sofrimento humano", sobre este sintoma das cólicas.
E essa dor da perda destas crianças não nascidas, se fez presente em mim, mesmo inconscientemente, pois, mesmo antes de saber desse ocorrido, eu tinha muito medo de ser mãe, de engravidar, dizia que poderia acontecer algo muito ruim, e eu não entendia de onde vinha esse medo.
Pois bem, depois de olhar para essas questões, ter conhecimento do que aconteceu e começar olhar para isso além do aparente, isso fez sentido para mim e esse medo foi sumindo, porque entendi que ele não era meu.
E da parte paterna também, mesmo eu não conhecendo meus ancestrais desta parte, pelo que ouvi de histórias, havia muita repressão em relação às mulheres. Também tiveram perdas, desamparo e sofreram violência.
O feminino não tinha voz, e precisou muitas vezes se carregar no masculino para sobreviver, para poder ser visto, e isso reverberou de maneira que trouxe angústia e o sentimento de não poder descansar no feminino, de ter que estar sempre lutando, se defendendo, dando conta de tudo, numa energia excessivamente masculina.
Eu ainda estou no processo de cura em relação a isso, pois é algo muito profundo. Já tirei diversas camadas disso, as dores já amenizaram bastante, mas sinto que ainda tem muitas coisas para serem mostradas. Também venho cuidado da saúde física, da alimentação, e isso tem feito total diferença nesse processo.
Como Olinda mesmo diz, os cuidados com o corpo físico dão o suporte necessário para que a cura a nível mais sutil aconteça. E assim está sendo, cuidando de todas as partes enquanto tantas coisas são liberadas aos poucos, no tempo certo.
Vou seguindo e agradecendo por tanta transformação!
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