Sintomas e doenças que percebo em minha família e em minha vida:
A concepção de que nossas emoções afetam nossa saúde física e de que somatizamos nossos sofrimentos é amplamente difundida. Porém, considerar o sintoma como um aliado, como algo positivo, o qual sinaliza a direção a ser tomada, é uma visão totalmente transformadora e profunda.
Passamos a perceber que os desequilíbrios externos refletem os desequilíbrios internos e que, na realidade, são uma luz que nos indica a solução, que nos reconecta com nossa essência, com o que há de mais verdadeiro em nós.
Em minha família há dois sintomas que se repetem. As mulheres de meu sistema sofrem de dores de garganta constantes. O livro “A Verdade sobre o Sofrimento Humano”, esclarece que a dinâmica sistêmica para este mal é a não expressão de sentimentos, é reflexo de um sistema repressivo e revela um conflito entre o que sentimos e o que exprimimos.
Com efeito, minha mãe teve uma educação repressora. Não tinha voz e não podia dizer o que pensava e sentia. Infelizmente, repetiu este padrão ao educar seus filhos. Nunca nos deixava externar nossa vontade e opinião.
Meus irmãos e eu crescemos sem o direito de manifestar nossos desejos, demonstrar nossa tristeza, contrariedade ou questionamentos. Cada qual tomou decisões diferentes diante desta situação.
Eu percebi que não adiantava falar, por isso, quando adulta, optei por me calar. Tinha dificuldade de me defender, de fazer com que minha voz fosse ouvida, de me colocar. Minha irmã desenvolveu o comportamento oposto e passou a brigar por tudo, passou a ser opressora e autoritária.
Um outro sintoma que carregamos é de apresentar disfunções de tireoide. Segundo Olinda Guedes, a dinâmica sistêmica deste tipo de distúrbio é medo de lidar com a vida e uma vida sobrecarregada.
Realmente, minha mãe sempre trabalhou muito. Sua história sempre foi de muita luta. Desde pequena assumiu as responsabilidades das tarefas de casa.
Depois de casada, trabalhava para ajudar no sustento do lar. Quando meu pai faleceu, ainda muito novo, teve que criar sozinha três filhos. Crescemos vendo este sacrifício e tendo que ajudar nas tarefas de casa. Não nos era permitido ficar paradas, porque havia sempre muito o que fazer.
Comecei a trabalhar fora muito cedo para ajudar nas despesas. Trabalhávamos e estudávamos. Novamente, não havia espaço para diversão e relaxamento. Sempre houve uma sobrecarga em nossos ombros.
Após esse módulo, passei a compreender estas dinâmicas em minha família. Com este conhecimento posso me libertar de alguns padrões, ao acolher nossa história, ao respeitar e honrar meus antepassados, mas, ao mesmo tempo, ao decidir mudar o que for necessário, com todo amor em meu coração.
Com estes conteúdos aprendi a ser mais amorosa comigo mesma e a me aceitar. Aprendi que a auto aprovação é a chave para mudanças significativas e passei a ver a doença com um olhar positivo.
A doença é um indicador de que algo está em desequilíbrio em nosso interior e nos aponta o caminho para a cura.
#mod04