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TAREFA DE CONCLUSÃO - A VIDA NÃO É UM CONTO DE FADAS

TAREFA DE CONCLUSÃO - A VIDA NÃO É UM CONTO DE FADAS
Eloni Gomes
ago. 29 - 5 min de leitura
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Os contos de fadas são importantes para as crianças, e, inclusive para a vida adulta, chegando a curar doenças, medos e traumas, ou ao contrário, levando também a desencadear os próprios durante o ciclo de vida, conforme pode ser visto em livros. Isso tudo ocorre devido à criança aliar-se ao personagem do conto de fadas e entrar na história para junto com ele participar do seu enredo até chegar ao "sempre final feliz".

Ao olharmos de forma mais sensata, nos damos conta do quanto tudo isso faz parte da nossa realidade. Hoje me parece muito claro quando me vem a memória  A Bela e a Fera, de tantos significados que estão presentes, também gira do elo afetivo entre pai e filha (chamamos na psicologia por "Complexo de Édipo"), e a descoberta do amor. Algo muito forte vivido por mim na minha infância.

Quando o pai da Bela ao pegar a rosa para dar-lhe como um sinal de amor, Bela desesperada com a situação decide se entregar no lugar dele. Assim sendo, minha trajetória segue na troca de amor que havia entre eu e meu pai, pois na minha percepção eu “devia” lealdade a esse amor, o qual ele havia realizado/demonstrado por mim, e não me dava conta que ele apenas fazia seu papel de pai para comigo.

Assim como Bela, quando aceitava viver com a Fera, estava me comprometendo a conviver com meu lado "animal", e ao mesmo tempo, o amor, lealdade falava mais alto dentro de mim. A fera, que na realidade não era uma fera, mas sim a maneira a qual encontrou de sobreviver ao seu sofrimento internalizado.

Aos poucos vou me afeiçoando ao monstro e as dificuldades que me cercam, indo de encontro à paz emocional ainda muito pouco explorado, o que me permitiu internalizar conhecimentos importantes e harmonizando os aspectos conflitantes dentro de mim através da convivência e compreensão.

É interessante observar que, segundo a psicologia, os contos de fadas são analogias de processos emocionais a que todo ser humano está sujeito. ”Assim como nos sonhos, cada elemento dessas narrativas representa uma parte da parte da psique”.

Branca de Neve é uma história muito antiga que possui diversas versões, no entanto, na busca da minha versão interior, no conto tem uma madrasta muito ruim e invejosa.

Desde muito jovem tive “madrastas”, e uma delas marcou minha infância quando me identifico com a história de branca de neve onde os valores que estão postos dizem respeito ao desenvolvimento psicológico, juntamente com o despertar para uma nova vida, saindo infância/adolescência para a fase adulta.

Encontro-me nessa fase com uma “madrasta”, que não me dava carinho, amor, atenção, o qual eu buscava e esperava recebe-lo, mas talvez apenas uma visão minha quando criança na busca de uma mãe em determinado momento da minha vida, quando que, na separação de meus pais, fiquei aos cuidados do meu pai por decisão recíproca de ambas as partes.

Assim, quando a garota vai para a floresta é como se na minha realidade eu estivesse fugindo do mundo que conhecia e adentrando ao meu próprio inconsciente, cheio de perigos.

Entretanto, ao encontrar os sete anões, ambas as histórias encontram simbolicamente ferramentas que nos ajudam a lapidar a personalidade, como novas possibilidades de fazer a minha/nossa história.

Ainda nesse sentido, a narrativa sobre o Patinho Feio fala sobre emoções presentes no universo infantil, onde muitas vezes, as crianças sentem-se deslocadas entre os amigos e mesmo na própria família.

Tais emoções, se não tratadas, podem ser levadas para a vida adulta também. Assim como o patinho, fui muito humilhada por ter uma vida pobre, me levando a experimentar sentimentos de angústia, desamparo e baixa autoestima, até mesmo sofrendo momentos de bulling por me considerarem "gordinha".

Mas, ambas as histórias falam sobre a aceitação e pertencimento, que mostra uma busca ao interior em direção a um resgate e descoberta de nossa potência como seres humanos, sendo assim assumi toda minha "beleza" e auto amor escondidos.

É um conto que explora também a questão do "diferente", pois, o patinho não era nem um pouco parecido com seus irmãos, e eu era considerada também diferente pela questão física e até mesmo pela minha personalidade, não se adequando e vivendo sempre isolada. Mas, à medida que saímos em busca de nossa totalidade, buscando a força, a qual cada um de nós traz junto a nossa essência.

Partindo do pressuposto do que acreditamos, toda a busca tem sua gratificação, desde que não façamos mal ao próprio "eu" ou a terceiros com as apreciações subjetivas dos outros.

#mod06

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