Não se sabe o porquê (como todo sintoma que extrapola a normalidade) mas a surdez está presente em várias gerações na linha da minha ancestralidade pelo meu pai.
Uma perda auditiva que se apresenta sem justificativa porque – as vezes ouve.
Porque incomoda (a todos) o repetitivo afastamento social, porque expõe a dor do silencio, do abandono, o corpo de dor, a noite escura que insiste, algo que vai além do aparente.Existem muitas histórias, e com elas, muitos segredos.
Muitas dúvidas, muitos abandonos, mortes precoces, ‘cresce rápido’ porque a vida é dura e com muitos sacrifícios.
A surdez se agrava com as visitas semanais à roça. Os médicos – que não conhecem o mundo sistêmico – já sentenciaram com falência de células auditivas... mas quem as matou?
Vejo todos. Todos que caminham por essa estrada chamada destino. Eu reconheço toda a dor, e deixo com eles tudo que é deles. Eu os honro e agradeço. Chego aqui pela mesma via. Busco curar meu corpo de dor. Eu respeito a sua história.
Pai eu te amo! Gratidão!
Eu acredito em Milagres. Deus ouve o coração de seus filhos, e o meu clama pela cura desses ouvidos, dos nossos ouvidos. Pela felicidade de ouvir. Amém!