Neste módulo 06, vimos sobre os temas existenciais. Quando tudo complica na vida de uma pessoa, sempre com acontecimentos inesperados, que estragam momentos que deveriam ser de alegria, como um fio desencapado, que pode gerar pequenos choques a maiores danos, indica que há lições não assimiladas, que não se completaram, situações traumáticas, memórias transgeracionais abertas.
Estamos presos, inconscientemente, em emaranhamentos e lealdades, que se não forem vistas no presente vão retornar através de um descendente, até que alguém decida olhar para essa dor e curar. A cada geração que passa adiante, essa questão se apresenta e se avoluma, surge com sintomas sistêmicos mais graves.
Por sintomas sistêmicos, entende-se tudo que traz dor, mas são bons no sentido que estão à serviço de algo. Eles funcionam como um portal que dará acesso a alguma coisa sobre mim ou da minha família de origem, ou do passado, sobre o qual não tenho consciência. A intervenção sistêmica, por meio das constelações, se apresenta como ferramenta urgente. Como caminho contínuo permite que a pessoa saia das sombras e enxergue o que está além do aparente (inconsciente), e seja conduzida à solução que o sistema pede, para restabelecer as ordens do amor.
Os temas existenciais são oportunidade de evolução, de conhecimento, de se ir além, da gente fazer pelo nosso sistema o que os ancestrais não puderam fazer até agora e sermos protagonistas da nossa história.
São as constelações de soluções, que podem mudar o nosso destino e dos descendentes.
Nascemos para ser feliz, acostumar-se com o sofrimento cotidiano não é saudável e nem normal. Muitas vezes ocorrem repetições de sintomas no sistema familiar, doenças consideradas como hereditários e/ou aceitas como destinos, mas tudo pode ser curado e trazer bem-estar. E se não resolvemos a questão agora, vamos deixar esse sofrimento como legado para os descendentes.
Por outro lado, é verdade que estamos diante da vida e da morte. Essa é uma certeza inevitável, e se estamos a serviço da vida, imprescindível é construirmos um legado para sermos lembrado não por nossos erros, mas pela diferença que fizemos na vida das pessoas. Da mesma forma, que a cura pode acontecer de forma rápida e simples, pode precisar de mais tempo, ou até passar para mais de uma geração dentro daquele sistema.
Hellinger nos ensina que a alma tem seus critérios que, muitas vezes, a morte é inevitável por ter chegado a hora. A cura estaria em aceitar que “a saúde não é mais o maior bem”, e que o morrer, em sua hora, é significativo e grande”, e assim pode-se lidar com a doença e aceitar a morte com serenidade. “Nós vamos com a corrente da vida e com a corrente da morte. Essa é a grande harmonia” (A fonte não precisa perguntar pelo caminho).
Nesse sentido, os sintomas são mensageiros de outras dimensões que atuam em nós e da qual não temos consciência. Dimensões de outros campos – campo da família de origem, dos antepassados e de outros campos, como os religiosos, sociais e étnicos, que nos tornam cegos aos movimentos da alma e explicam a forma como nos relacionamos e nos comportamos na vida
Alguém pode pensar, então, “a minha vida vai virar um sonho”. Não, as adversidades e obstáculos fazem parte da vida, as intervenções sistêmicas vão lhe conduzir a honrar e reconhecer seus ancestrais, a trazer as ordens do amor, e assim tomar e receber ativamente o amor, a segurança e a força do seu sistema familiar. Provavelmente, numa única intervenção não alcançará toda cura, visto que constelação “é ajuda” para se utilizar por toda vida.
Nos problemas aparentes, a solução está no além do aparente.
Na intervenção sensorial temos como complemento auxiliar a pesquisa da história ou contos de fadas predileta da infância de uma pessoa. Atentar os detalhes da narrativa, a linguagem corporal, apreender a informação essencial e relacionar com a história real de família do cliente é de suma relevância. Interpretar essa história preferida, separando o que é irrelevante do relevante para o vínculo de destinos, o desencadeador da ação e os personagens centrais.
Buscar o elo entre as histórias literárias e as histórias da família.
Qual o pano de fundo. “A melhor indicação de que a história e o vínculo de destinos estão em conformidade é observar o título ou seu resumo desencadeiam uma certa força e tensão, também, naturalmente, se com a história encontramos o “ponto”.
Mas assim como a história “certa” pode surgir por ocasião do contexto dos eventos familiares também pode não se revelar por “ausência de memória”. É importante ressaltar que as histórias “certas” podem favorecer e aprofundar as constelações e as “erradas” podem desviar do essencial e daquilo que seria de grande ajuda. “A inclusão das histórias devem surgir como resultado do fluir da constelação”.
Se por um lado o constelador precisa de prática por outro é necessário confiar na grande alma e deixar-se conduzir pelo que vê e faz.
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