No início da minha jornada de trabalho, por volta da idade de 17 a 27 anos, a minha relação com o dinheiro era somente receber e pagar. Era uma relação em que deveria me esforçar muito, muito mesmo, para receber algo em troca. Era até um sentimento de submissão ao trabalho para receber algum retorno.
Houve alguns anos em que tinha mais a pagar que a receber, de tanto compromisso que fiz, e tirava um empréstimo atrás do outro. Era uma relação angustiante e não sabia como sair desse enrosco.
Consegui ter uma relação melhor com o dinheiro depois dos 30 anos. Criei uma relação de respeito sobre o pagar e o receber. Mas, tive outras mudanças no roteiro da vida e caí novamente no ciclo de gastos maiores que recebimentos.
Isso mudou quando tive contato com a jornalista e educadora na área de investimentos, Natalia Arcuri, do canal Me Poupe. Para mim, foi muito importante, pois não tinha ideia desse mundo de investimentos, desse mundo de você pensar para investir, pensar em guardar o dinheiro e realizar algo que estima muito.
Demorei para entender o mecanismo do gastar menos e poupar mais, mas tudo isso é iniciar o novo, para uma nova consciência.
Comecei a estudar, a obter conhecimento sobre como poderia pagar minhas dívidas. Depois, fiz um plano que demorou 1 ano praticamente para quitar tudo, guardei o cartão de crédito por alguns meses, fazia compras à vista e, depois de um tempo, comecei a particionar meu salário para poupar.
Com os estudos, consegui ter uma nova compreensão do dinheiro, além do respeito e gratidão, por ele fazer a troca de bens.
Percebo que, quanto mais estudamos e compreendemos as dificuldades que estamos passando, mais tranquilamente conseguimos passar pelos problemas e ainda modificar o padrão do ciclo mecanicista que não funciona mais. E algo novo acontece.
Em relação à profissão, atualmente, estou em transição de carreira e, neste momento, em que escrevi esse texto, estou vivendo o que Bert Hellinger disse no livro Êxito na Vida, Êxito na profissão:
(...) Como sabemos que algo se afasta de nós e quer ir para outro lugar?
- Quando nos causa preocupações e não sabemos lidar. Quando novos obstáculos se acumulam, sinalizando, de muitas maneiras diferentes, que com o tempo não poderemos ter uma boa relação com tal projeto;
- Quando perdemos a vontade e, ao pensar no projeto, sentimos uma pressão no peito ou um peso nos ombros que nos pressiona ao invés de estimular;
- Quando, ao imaginar que abandonamos esse projeto, respiramos aliviados recuperando nossa confiança e força.
Toda mudança exige paciência e é um período em que surgem muitas incertezas, ansiedades, vontade de voltar atrás. Muitas vezes me enroscava com afazeres que não eram meus, assuntos que não agregavam na jornada que estou trilhando, distrações, etc. Mas essas auto-observações não me levam a nada se eu não mudar o roteiro.
Bert Hellinger diz que o projeto ou produto com que nos relacionamos tem alma, tem uma consciência, pois ele está se formando, está se criando. A forma com que reajo resulta na mudança que quero ter. Portanto, se eu não mudar meu "mind set", minha rotina, meus hábitos estarei no mesmo lugar.
Meses atrás, não conseguia dar continuidade aos meus projetos particulares. Não conseguia terminá-los. O corpo queria sair do lugar, queria comer, tomar água, tentava me desviar e não conseguia focar. Era um misto de insegurança e falta de capacidade, frustação e raiva, distração e falta de vontade.
Virei a chave quando dei sentido no que quero fazer, criei a "alma" do que quero realizar, do que quero experienciar. Enquanto não der vida àquilo que se quer viver, não tem resultado.
Para alguns, a chave pode cair na hora, para outros, demora um pouquinho mais, e todos chegaremos lá.
É isso aí... Consegui terminar essa publicação. 😊