Em minha infância nunca tivemos dinheiro sobrando, a gente vivia com o que tinha e era feliz, ninguém reclamava de falta de dinheiro.
Uma vez minha madrinha me deu um dinheiro, não lembro quanto, falou que era para minha mãe comprar vestidos para mim.
Eu guardei, e lá ficou guardado, até que, um certo dia, minha mãe me falou se poderia dar para meu pai comprar carne, e logo me devolveriam. Eu dei, numa boa, e esqueci daquele dinheiro, só lembrei depois de grande.
Eu sempre me senti bem como vivia.
Fui crescendo assim, até perceber que deveria mudar. Trabalhei em casa de família, loja, hospital, até que certo dia escutei anúncio de concurso público, eu já era casada, e, como meu marido já era funcionário público, me incentivou a fazer.
Fiz a inscrição e, para minha surpresa, passei em segundo lugar. Trabalhei muito neste local e foi onde percebi quanto tempo perdi em minha vida sem trabalhar.
Foi neste local que também aproveitei o tempo e a oportunidade para vender cosméticos para minhas colegas de trabalho.