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SOBRE MEU PAI E MINHA MÃE

SOBRE MEU PAI E MINHA MÃE
Rosa Lilia Gregório
jun. 7 - 7 min de leitura
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   No final deste módulo,  foi-nos orientado para escrever sobre a história da nossa ficha que cai a partir do papai e da mamãe; A vida conjugal deles e a infância deles. Como pudemos perceber é para relatarmos em 3 partes, como narrativa, para trás... Certo, entendi, como "Regressão" (entre parênteses mesmo, fiquei aflita com este termo, pois não o lembrava de jeito nenhum e ao tentar pesquisar por longos minutos agora, senti algo como aflição mesmo e creio que o próprio campo das memórias me aperta, mas o que aperta? 

O que será?). E, também ao tentar achar o termo que não me vinha à lembrança de jeito nenhum, deparei-me com outro termo "OPTOGENÉTICA" = memórias perdidas que são reativadas com luz (falar com teacher Master para encontros e conhecimentos sobre).

   E também choro muito, muito, quanto choro, ah! Deve fazer parte do longo, dolorido, jornada e finalmente processo da cura (temos que crer, há de ser). Enfim, outro à parte para depois iniciar o trabalho de conclusão mencionado, a foto aqui postada, fiquei procurando e reproduzindo com dotes tecnológicos um tanto limitados e já comecei a chorar "cântaros" (termo da nossa teacher master Olinda) de novo... É que choro demais na vida, mas, cá um segredo (?), Deus meu! 

Depois que comecei este CURSO DE CURA PRÓPRIA, não existe um minuto sequer de vídeo das aulas sem choro, nem uma linha, nem uma frase, ou foto ou comentário, ou relatos lidos, ou os que escrevo particularmente, ou sessão na terapia, ou ... enfim, às vezes, tenho que "dar um tempo" (ou dois, três), interromper o curso e leituras dos livros para poder parar de chorar um pouco; sabe quando criança precisa dar uma distração a ela para parar de chorar?

Então, tipo isso.

   Isso mesmo, na foto: meu papai, minha mamãe, meu irmãozinho (Aiii, que saudades!) e eu.

   Mas, hoje não posso passar de escrever este trabalho, então, com choro ou sem choro, vamos lá:

-  Olhando, observando como filha, acho o relacionamento conjugal de meus genitores um tanto "bizarro" (desculpe o termo, não consegui lembrar adjetivo adequado). É assim que vejo: muitas discussões, para tudo e todos, meu pai muito turrão, desamoroso em demonstrar... e viver a sensibilidade... critica muito, aliás, só critica, tudo e todos, quando acho que estou abafando de fazer coisa tão linda, ele xinga e diz palavras duras como se tivesse feito algo errado (criminoso), imagine então com minha mãe, coitada! Ele só grita e xinga e reclama e só fala palavras feias. 

   Mamãe viveu isso e continua há sessenta anos de casados, ela parece bem jovem até agora, mas nunca reclamava dele, agora solta umas falas rápidas e não vai fundo, não sei, parece que ela pensa que não deve falar dele. Às vezes  acha uma bondade e diz: "apesar do seu jeito". E eu, achando que posso falar algo para ela melhorar seu bem-estar quanto a isso, só levo bronca, pois sempre, sempre e sempre ela o defende e assim os vejo como uma simbiose que, é claro, só funciona (??) lá entre eles.

 Tem outra coisa também, ele nunca, mas Nunca,  falou mal ou fez qualquer comentário que a desabonasse, para nós, filhos e netos, ela é a deusa, para nós não a critica em nada, nada, nada.  Isto que chamei de "bizarro". Será amor isso? Ou lealdade? Ou tudo é uma coisa só né?

   O  pouco que sei da adolescência e infância dele: é o caçula de um meio-irmão e outra meia-irmã (tia linda, bondosa que me deixou marcas profundas), e outro irmão mais velho que ele. Sendo todos os irmãos bem mais velhos que ele, era alvo de chacotas infinitas, sem a menor compaixão e amor. E também o fato de já ter comentado, a meu pedido, de que o pai dele nunca em toda a vida esteve ali e nem ao menos conversou com ele, pois era muito calado e bravo, sei também que essa personalidade do vovô não o livrava de surras homéricas. Sempre tendo que trabalhar e trabalhar e trabalhar com imensas responsabilidades.

  O pouco  que sei da adolescência e infância dela: era a caçula de 5:  três irmãos e duas irmãs (gêmeas). Ixi! (termo dela), daí depois de oito anos veio o tio Osvaldo ( o único dos irmãos que ficou milionário com fazendas), o caçulinha (chamado). Ela diz que tinha muita raiva mesmo dele, pois daí ela passou a ser nada, pois só ele ganhava balas e outras coisas. Tadinha, até hoje parece que ela tem essa idade, às vezes.

Adolescência, adorava os bailes na roça, tinha uns namoricos de fazenda, nada mais.

Conheceu meu pai na cidade e casaram após um ano. Puxa vida, tinha 17 anos, uma criança da roça que imagino que viu na possibilidade do casamento de ir morar na cidade, isso mesmo, e após quase um ano de casada, nasci.  Daí, sempre penso: Minha mamãe era quase adolescente. Nossa! Como deve ter sido difícil com todo o despreparo e a idade dela e também dele - apenas 20 anos!

   Então, neste relato, chego à conclusão da 3ª parte que deve ser "minha ficha que cai", cheguei neste mundo por esta porta que vi como oportunidade para reencarnar, tenho infinitas dores, óbvio, pois com este contexto era tudo o que eu deveria mesmo ter para ser alguém melhor e aprender nesta família-escola exatamente isso e isso e isso.

   E, antes ou durante o aprendizado, vamos sentindo todas as dores, olhando as feridas abertas, observando tudo que queríamos e nada de ter, principalmente um pouquinho de paz, amor e compaixão...MAS, consigo ver neste histórico todo que deram e dão tudo, tudo que conseguem, pois foi tudo que ganharam também. E através de observações constantes e irrestritas, vejo a Vida, sim, vejo: 'como um casal tão criança, tão desprovido de amor, de compreensão, de conhecimento, de oportunidades, de pais verdadeiros se saíram tão bem na tarefa de nos criar, de nos fazer gente honesta, sensível, amorosa e tudo o mais?'

   Obrigada, Deus! Obrigada, Papai e Mamãe! Até isso: consigo ver vocês, consigo ver seu contexto quando me tiveram. Consigo ver como vocês tinham medo de não conseguir criar aquela criancinha que vocês chamavam de filha e depois meu irmãozinho também (o que será, vocês pensavam, que deveriam fazer). Então, eu vejo como foi nada fácil, mas vocês são vitoriosos, creiam. Eu estou aqui!

   Graças a vocês, pela sua bondade e lealdade!

   

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