A minha profissão atual é a que me trouxe muitos desafios e ganhos, é com ela que me descubro e vivencio cada dia uma experiência nova. Seja pela minha vivência ou através da vivência das pessoas que eu atendo.
Mas, nem sempre foi assim, quando escolhi essa profissão com os meus 16 anos de idade, sempre me posicionei como não ser capaz de ser mais do que poderia ser, tinha o intuito de estudar as doenças psíquicas, era apaixonada em conhecer os problemas da mente e o que levava as pessoas estarem naquela situação da doença.
Como eu sempre tinha comigo que não era capaz de ser alguém com muito conhecimento, me limitei a pouco.
Comecei a trabalhar com 16 anos com a minha mãe numa agência de viagens que eu nem sabia o que era e como procedia, a única coisa que eu queria era receber um dinheiro para poder me sentir mais independente.
Eu ia a agência e não me sentia bem em estar ali, pois não recebia para estar ali, minha mãe contratava outras pessoas para trabalharem para ela, como eu não sabia como era e nem queria estar ali, não colocava muito empenho.
Com 17 anos eu estava na faculdade de Psicologia onde eu era apaixonada e encantada por todos os novos ensinamentos e aquele mundo de ideias. Me apaixonei por anatomia e neuroanatomia, eu estudava muito e me saia bem, fui reconhecida pelos professores, me senti vista. Porém tive que mudar de cidade e com isso retornei um ano na faculdade, o que me levou a um desanimo que não era consciente.
Durante a faculdade eu trabalhei como vendedora de sapatos numa loja, porém não me sai muito bem, eu fui desligada da empresa no mês de experiência. Depois disso durante a faculdade eu trabalhava de freelance como promotora de vendas, ficava nos mercados fazendo propaganda para empresas.
Terminei os meus estudos e me mudei para uma cidade onde não conhecia nada e nem ninguém, eu muito aventureira abri uma empresa de recrutamento e seleção, nem tinha noção do que seria isso e como faria.
Durou 06 meses esse meu empreendimento, fechei a empresa, e fiquei com as dívidas. Com isso, fiquei desempregada e formada, e desanimada com a profissão que nem sabia o que eu poderia fazer com ela, não compreendia como eu poderia colocar em prática o que eu aprendi na faculdade.
Trabalhei um tempo como vendedora de chip de celulares, após isso fui trabalhar numa padaria que me identifiquei com o trabalho, desenvolvia todo o administrativo e amava o que eu fazia, e além de tudo eu recebia por desenvolver o serviço.
Isso fez com que eu refletisse e quisesse trabalhar com o meu irmão que tinha uma empresa de cartuchos, fui me aventurar mais uma vez e não deu certo.
Retornei para a cidade onde meus pais estavam e com isso comecei a faculdade de Direito cuja me fez perceber que eu precisava estudar mais a Psicologia para poder colocar em prática o que eu aprendi. Comecei a estudar para concurso e passei numa colocação que me levou a me sentir novamente uma fracassada.
Então, comecei a atender no consultório tanto particular como voluntário, e foi onde reacendeu a chama pela minha profissão, amo ver as pessoas melhorando e se sentindo bem, me sinto realizada quando consigo ajudar uma pessoa a sair de uma situação conflituosa onde não via mais saída.
Hoje estou no cargo público atuando como psicóloga, mas ainda continuo com a incerteza de que é isso que eu gosto de fazer, se é isso que quero fazer até o final de minha vida, se é isso que me sinto realizada.
Quando conclui o módulo percebi que vivo num conflito interno em ter a certeza de que eu gosto do que eu faço e se está a serviço da vida. Busco melhorar nos meus atendimentos, mas no momento me vejo perdida sem saber qual a direção seguir, mas acredito que essa é a vida, onde estamos insatisfeitos conosco e buscamos a melhoria e a evolução a cada dia que passa.
Att
Talissa Sestito Bullio