Percorrendo o módulo sete, atentando aos muitos detalhes que englobam as noites escuras da alma, não posso de deixar de pensar no tanto de diagnósticos de depressão que se têm devido a não compreender as verdades sobre o sofrimento humano, amplamente tratadas por nós, terapeutas da alma.
Tenho um exemplo particular através de uma conhecida que foi diagnosticada como depressiva, internada algumas vezes por surto, tratada com diferenciação por sua família justamente porque "sente demais".
Vejo através deste exemplo o quão somos discriminados por sentirmos muito, sentirmos demais e por deixar isso ser demonstrado. Neste caso especificamente a pessoa entra em tristeza profunda, preferindo ficar recolhida aos seus sentimentos, chorosa e até mesmo agressiva como relata em alguns momentos, onde se sentiu desafiada, mas, sempre de forma muito lúcida, fala sobre os sentimentos e pensamentos que lhe acometem nesses dias.
Tudo isso pode durar para ela dias ou até semanas e, em alguns momentos, ser restabelecida, voltando sua vida normal e com plena consciência do que sentia e pensava.
Percebo o despreparo de quem a atendeu, sem nenhuma visão que apenas a da psiquiatria impôs.
Vejo então que, sim, muitos foram os "doentes" que carregaram tristezas de sua alma e foram diagnosticados e medicados para suas depressões para "não verem" suas dores, sem possibilidade alguma de deixar a percepção agir.
Devido a isso, trago, através de exemplos como esse, o quão necessário é atuarmos de forma atenta a diferenciar sintomas para darmos possíveis diagnósticos, e enfim encaminhar o olhar para o campo certo e aliviar o peso desta pessoa na forma sistêmica.
E também o peso que é viver nesta sociedade por sermos taxados por nomes que não representam nossa essência.