Em uma longa viagem rumo ao desconhecido, repleta de obstáculos mas cheia de esperança, centenas de famílias deixaram sua pátria que vivia um período de profunda crise e vinham para essa terra.
Antes de embarcar, os italianos precisavam percorrer longas distâncias dentro do próprio país até chegarem aos portos de Gênova e Nápoles, de onde saíam a maior parte dos navios para o Brasil. Eles não tinham nenhuma certeza, além de que precisavam tentar uma nova vida nesse novo horizonte que vislumbravam. Saíam sem sequer saber para onde iriam quando aqui chegassem.
E ao cruzarem o Atlântico, a viagem não era nada fácil e podia durar até 40 dias. Vinham na terceira classe. Muitas pessoas, pouca comida, os porões do navio com pouca ventilação, era escuro e úmido e quase sempre superlotado. As condições sanitárias eram péssimas, aumentando assim os surtos de piolhos, cólera ou sarampo. Não havia como tratar dos doentes, e muitos não conseguiam chegar ao seu destino final com vida. Minha avó paterna contava que minha tia ficou tão doente que quase minha bisa jogou seu corpo no mar.
Era esse o destino dos corpos que não tinham mais vida. E eles cantavam, cantavam para tentar afastar a tristeza e reanimar suas esperanças.
E assim, muitos chegaram, vislumbrando um novo mundo, uma nova vida nesse solo fértil.
E foi assim que meu trisavô materno Guiseppe Fioravanti (vivia em Florença) chegou aqui com sua família no dia 28 de Janeiro de 1.898 no navio à vapor Colombo.
Assim também foi que meu trisavô paterno Venturato, saíndo de Gênova, chegou aqui no porto do Rio de Janeiro no dia 28 de Novembro de 1.891, no navio São Gottardo.
Trabalharam duro nas terras desse país que tem pelos quatros cantos uma família italiana e muita história pra contar. Saudemos hoje o dia deles!
À vocês, meus queridos ancestrais, toda minha honra, amor e gratidão… eternos!
Minha vida veio através de vocês!
E de vocês eu pego toda força, saúde, paz, firmeza, capacidade para realizar, para poder assim desfrutar de uma vida de abundância, prosperidade e amor.