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UM POUCO DA MINHA HISTÓRIA COM MINHA MÃEZINHA

UM POUCO DA MINHA HISTÓRIA COM MINHA MÃEZINHA
Selma Melo
ago. 19 - 7 min de leitura
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Nem sei como começar a escrever.

Já fiz essa tarefa várias vezes. Mas vou resumir em poucas palavras, gostaria muito de ter conhecido constelações familiares ou constelações sistêmicas a mais tempo, a muito mais tempo.

Porém sinto que o amor de Deus por mim é tão grande que pude de alguma forma chegar a tempo, até pessoas muito sábias que me ajudaram a entender e perceber que movimento eu deveria fazer para superar momentos difíceis de relacionamentos familiares.

Sempre tive uma relação complicada com minha mãe, ela foi mãe muito jovem, com apenas 17 anos. Sou filha mais velha de uma escadinha de 8 filhos.

Minha mãe era professora e eu segui seus passos e quem me abriu esse caminho foi ela, sou muito grata a ela por me orientar e me mostrar esse caminho.

Desde sempre gostei dessa profissão, porém com o tempo surgiram oportunidades profissionais e logo parece que nossa relação de mãe filha passou a ser relação de rivais.

Eu entrei nessa profissão as vésperas de completar 18 anos e ela já estava na profissão a anos, no magistério a uns 13 ou 14 anos. E eu jovem fui aproveitando todas as oportunidades para estudar, creio que por isso as oportunidades também iam surgindo, mais enfim deixamos esse tema e vamos para o segundo.

Meu pai faleceu, e uns dois anos depois minha mãe arrumou outro companheiro. E eu por saber a história de vida do tal companheiro não aceitei tal relacionamento sob hipótese alguma, hoje sei que eu estava errada em criar mais conflitos do que já havia, mas para mim naquele momento eu estava correta.

Fiquei anos sem falar com minha mãe, morando apenas umas 5 quadras de distância.

Nesse tempo, engravidei, nos encontrávamos de vez em quando por conta de reuniões profissionais, mas nem ela e nem eu aproximávamos uma da outra.

Eu nutria uma enorme tristeza, porém dei ordens expressa a meu marido que não avisasse ninguém quando eu fosse para maternidade, mas ao contrário disso, quando fui para maternidade ele correu avisar a mãe dele e também minha mãe.

Como não tinha dado tempo para terminar as lembrancinhas do nascimento do meu filho, ela foi ao hospital e escreveu nas lembrancinhas. Enfim, a partir do nascimento do meu filho ela começou a frequentar minha casa e as vezes eu até ia na casa dela, quando o referido companheiro não estava lá.

Quando meu pequeno tinha 6 meses passei em um concurso e mudei para a cidade vizinha, nosso relacionamento continuava capenga e eu tinha essa dor. Muitas coisas aconteceram e eu tomei providências para proteger minhas irmãs menores.

Em dado momento, avancei contra ele para tirar satisfações por atitudes dele que faziam minha mãe sofrer. Mas a tristeza estava sempre lá, no fundinho do meu coração, não me sentia amada por minha mãe, e achava que eu sempre fui a ultima das ultimas na fila de prioridades dela.

Ela sempre achava que eu era forte e estava bem, tinha um salário bom e que eu não precisava dela. Volta e meia os conflitos que não eram pequenos e poucos, iam piorando por conta de alguma situação que surgia.

Eu porém, tinha um medo horrível que minha mãe ou eu morresse e estivéssemos naquela situação de conflito.

Uma certa vez uma colega de trabalho me falou de uma senhora a qual ela chamava  de tia Olivia, era uma senhora da renovação carismática. Pois bem marquei um horário e fui falar com ela, esse anjo me disse:

" Filha você é mais jovem, tem mais conhecimento e mente aberta, vá até sua mãe e volte naturalmente a frequentar a casa materna".

Óbvio que antes abriu a bíblia fez uma leitura, me disse coisas que me fez chorar rios de lágrimas, lágrimas de amor reprimido, me fez revelações.

Após esse movimento de voltar a casa da minha mãe me senti muito aliviada e aprendi a lidar com certas situações. Passou-se uns 8 anos depois disso minha mãe veio a falecer de infarto fulminante, aos 60 anos de idade, isso foi em 2006.

Na madrugada chorei muito junto ao caixão, mas eu sabia que de alguma forma ela podia me ouvir, pedi perdão por ser sempre tão incompreensível, embora fazia tudo que estivesse a meu alcance para ajuda-lá.

Disse a ela: eu só queria um pouco de colo, nunca fui tão forte quanta a senhora achava que eu era.

Mas eu sei que de alguma forma eu era a referência de força para ela, também mesmo assim não conseguíamos nos entender, por eu não aceitar aquele companheiro dela que a meu ver fazia mais mal do que bem a ela, (hoje ele também é falecido).

Para terminar essa fase da minha história, ao retornar a minha cidade após o velório, comecei a perceber que eu tinha sim muita tristeza por ela ter partido, mas que meu coração não tinha mágoas, não havia sentimento de falta para com minha mãe, eu me sentia em paz em relação a isso.

Procurei a tia Olivia e a agradeci imensamente pela ajuda que ela me proporcionou no entendimento, do amor e na recondução ao relacionamento com minha mãe.Foi uma espécie de cura espiritual.

Depois disso já fiz constelações a quais me revelaram coisas que eu sabia sobre a vida da minha mãe, só não tinha noção do quanto ele sofreu quando era jovem, por casar com meu pai amando outro moço, tido que ir morar longe da família. Nos confins do sítios ou fazenda, dos medos que ela passou ficando em casa sozinha enquanto meu pai saia para trabalhar, da fome que ela passou quando me amamentou e não tinha comida para ela se nutrir.

Por isso gostaria muito de ter conhecido as constelações a mais tempo, a uns 15 anos atrás enquanto, minha mãe ainda estaria aqui. Tenho tanta saudade, gostaria tanto de ter vivido  mais tempo com ela.

Meu pai partiu cedo, aos 52 anos e minha mãe aos 60 anos, mas hoje sei que fizeram o melhor que puderam e foi o suficiente, afinal de contas estou aqui, sou feliz e tenho uma vida maravilhosa e muito farta.

Gratidão meus pais, sinto muito por toda escassez que vocês viveram.

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