Após mais de 2 mil anos aprisionada numa garrafa, uma pessoa à libertou.
Essa pessoa passaria a ser o amo de Jeannie e teria seus desejos atendidos num balançar de cabeça e piscar de olhos.
Mas ver suas vontades imediatamente satisfeitas também tinha um preço.
O amo teria sua vida completamente transformada pela presença desse gênio, devendo também atender suas vontades e a levar para viver com ele.
O seriado Jeannie é um gênio contrariou a expectativa da época de que não faria sucesso, sendo admirado por muitas pessoas nas décadas de 60 e 70.
Chamava a atenção porque o Major Nelson convivia com uma mulher seminua em sua casa, mesmo sem estar casado, o que transgredia as regras das tradicionais famílias americanas.
Em função disso, várias regras foram colocadas à produção da série, limitando por exemplo as cenas de intimidade do casal e a roupa utilizada pela personagem da Jeannie.
A dinâmica sistêmica da série, contudo, vai além da metáfora da liberalidade. Mostra uma mulher que, no aconchego de seu lar, espera muito tempo pela liberdade de viver uma relação.
E que quando encontra alguém que à proporciona isso, se sente no dever de atender de imediato todos os desejos desse alguém, buscando visivelmente a reciprocidade dependente da dedicação ao cônjuge.
As atitudes ingênuas e de certa maneira infantilizadas da gênia na cobrança de amor e de atenção, parecem ter origem numa grande carência ou vínculo de amor interrompido, além dos sentimentos de exclusão e de solidão.
A personagem deixa clara a necessidade de se sentir amada, vista e aceita, evidenciando a necessidade de agradar e o sentimento de dever algo eternamente para o outro, em função do bem que o outro lhe fez.