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VIDA CONJUGAL VERSUS PAIS

VIDA CONJUGAL VERSUS PAIS
Fernanda Pessoa
out. 24 - 3 min de leitura
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Entender que a vida conjugal que tenho hoje é reflexo do que eu e meu esposo vivemos na infância e, mais ainda, que é também reflexo da relação que nossos pais têm e tiveram desde sempre, inclusive em outros relacionamentos, é para mim um misto de alegria e tormenta.

 Imagino não ser a única, então, tomei coragem para abrir meu coração aqui.

Meus pais formam um casal interessante, mas nem sempre foi assim. Boa parte da minha infância foi vivenciando os dois se engalfinharem enquanto as visitas sumiam ou, se eram meus padrinhos me deixando em casa, arrumavam uma desculpa e retornavam comigo de volta. Meu pai, em algum momento, se perdeu para as bebidas e esse era o seu combustível, sua válvula de escape.

Minha mãe, em contrapartida, nunca soube lidar bem com a situação. Era só briga, agressões verbais, gritos e na, vitrola, Tim Maia com "Me dê Motivo".

Em um dia, já adulta, disse para minha mãe que, se eu já fosse adulta na época, teria feito as malas do meu pai uma vez só. Hoje entendo um tanto melhor e posso dizer que, ao invés de fazer as malas, os convidaria a ver o vídeo de Bodas de  Cinquenta anos dos meus Padrinhos que eles tanto respeitam, porque tem horas que tudo que precisamos é voltar pra casa. 

Esse mundo é muito barulhento, nos enlouquece se deixarmos.

A adolescência deles, de certo, foi muito diferente da minha. Minha mãe é mais despachadona, logo imagino ter sido sim namoradeira, pela forma liberal com que me criou, sempre com muitas informações. Já meu pai, o primogênito de dezoito filhos, quatro vivos, mais trabalhou que qualquer coisa. 

Ele não fala dos relacionamentos que tivera antes de minha mãe, é bem reservado e eu respeito o seu jeito.

Bem, o tempo passou, o meu pai parou com as bebidas, me lembro como se fosse hoje.  Ele passou uma semana na cama, tinha febre, não saiu de casa pra nada. Seus dias foram todos na cama e, quando se levantou, nunca mais tocou em um gole sequer, nem um bombom com licor ou pão de mel com resquícios de conhaque, Nada. 

A paz voltou a reinar em casa.

Meus pais se entendiam do seu jeitão parceiro de ser e assim é até hoje. Minha mãe inclusive sai na defensiva do meu pai, ainda que ele esteja equivocado... Hoje consigo falar sem mágoas, pois as constelações, todos os estudo, aprofundamentos e vivências me tornaram uma mulher mais forte e capaz de ponderar as situações.

Meu esposo é o caçulinha, rs e eu sou filha única (na verdade fui criada como, mas isso é outro post). Um reencontro de almas afins, ele me salvou e eu o salvei. De quem? Oras, de nós mesmos. Enfim, vivíamos pela vida, eu diria, loucamente, dando lugar cativo às bebidas, sem um propósito.

Mas tudo mudou e, aos poucos, juntos construímos um lar com respeito e afeto.

É, realmente me olhar de frente, me desnudar assim, falando do que muitas vezes guardei, tem sido libertador e um tanto dolorido às vezes também. Mas, a vida é assim, devemos encarar os fatos de frente, um "cadinho" a cada dia.

Depois, quando vemos, nem era tão horrível e nem de longe impossível, bastava um minuto de respiração e coragem.

 

 

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