Por diversas vezes passei pelo vínculo do amor interrompido, só hoje a ficha caiu.
A primeira vez eu tinha apenas 2 meses, um bebê, tive uma infecção que quase me levou a morte, mas anjos existem e um deles conseguiu salvar aquele bebê frágil, porém fiquei internada alguns dias, longe dos meus pais, era uma época em que as crianças não tinham o direito de ter alguém junto delas no hospital.
Fui uma criança muito chorona até uns 6 anos, sem explicação, eu tinha amor e zelo dos meus pais, hoje eu entendo o motivo dessas lágrimas.
Aos 8 anos mais ou menos novamente tive que ficar internada e mais uma vez sozinha, me lembro como se fosse hoje o quanto chorei naquele quarto, o quanto gritei pedindo a minha mãe, mas ela não podia ficar, não deixavam!
Sou da roça estudei numa escola pequenina, do sítio, onde todas as crianças se conheciam, éramos poucos, até 4° chamávamos nossas professoras de "tias", chegou a hora daquela criança ir estudar na cidade, num colégio enorme, sem os amigos, sem conhecer ninguém e mais uma vez senti esse vínculo interrompido, quando desci do ônibus e entrei naquela imensidão, eu apenas queria a minha mãe, queria que ela estivesse ali me ajudando a encontrar a minha sala de aula, me direcionar onde era a cantina, enfim aquele primeiro dia me senti perdida, sem rumo, mas venci, eu não tinha outra alternativa.
Mas esse episódio essa falta da minha mãe no primeiro dia de aula na cidade me marca muito, ainda hoje com 37 anos me lembro perfeitamente desse dia.
Hoje sou mãe, e tento fazer parte e estar em todos os momentos dos meus pequenos para que eles possam saber que estarei sempre junto e ao lado deles.