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Florais de BachVOLTAR

MINHA MÃE BEECH

MINHA MÃE BEECH
Márcia Regina Valderamos
mai. 23 - 5 min de leitura
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As minhas lembranças de infância não são nada boas.

Concordo com a Mestra Olinda: Eu não queria voltar a ser criança de jeito algum! Estou tratando essas memórias, curando, ressignificando. Isso leva uma vida ou mais.

Hoje sei que minha mãe não parava de falar daquele jeito porque pranteava, chorava através das palavras.

Uma bebê perdida, desprotegida e sozinha, abandonada.

Ela gritava, reclamava, e sempre criticava tudo que todos faziam. Não parava de trabalhar, era muito organizada e cuidava da higiene da casa, de todos nós com muito esmero, mas reclamava e criticava demais.

Só parava quando adoecia. Ela sentia muitas dores de cabeça, hoje sei que eram enxaquecas mesmo. Não tínhamos os recursos de agora, então ela colocava batatas com um pano na cabeça e apagava as luzes do quarto e eu queria também colocar aquelas batatas na cabeça e ficar ali, ao lado dela, quietinha, no escuro, mas ela não deixava. Me expulsava de perto dela.

Eu sentia como se ela fosse morrer. Ficava apavorada e, agora sei, com muita raiva também por ela não reagir, ficar comigo, me querer por perto.

Criança precisa ser amada. Rejeição dói.

Os sintomas falam por si. Ela também deve ter sido rejeitada.

Nesses e em outros momentos, aos gritos, com muita raiva, me ordenava fazer coisas, lavar louças, fazer café, varrer a casa, qualquer coisa, porém, era só eu começar ela já levantava, ia até mim, arrancava o que eu estava fazendo de minhas mãos, com muita agressividade, e dizia: “ você não sabe fazer nada, não presta para nada. Deixa que eu faço”.

E era assim com tudo e com todos. Só ela sabia, só ela entendia, ninguém era capaz, somente ela. Com esse modo de ser ficava assoberbada, isolada e era temida e não amada. Ela nos afastava dela cada vez mais. Cada qual ficava isolado em seu próprio mundo, evitando o contato com a realidade a qualquer custo.

Em tudo e em todos minha mãe via defeito. Nada nunca daria certo e, se não fosse ela na nossa casa, na nossa vida, ah, se não fosse ela! (eu ouvia tanto isso que a minha cabeça também doía; dói agora só de relembrar!).

Cresci escutando minha mãe dizer o quanto a vida era difícil, dura e ingrata. O quanto as pessoas eram más, os homens não prestavam e que só ela é que poderia suportar tudo isso. Ser mulher era péssimo e que eu, claro, não tinha a mínima condição de ser exposta a essa vida tão terrível, cruel. Homens sim eram fortes, apesar de ser uns trastes. Mulher, bicho fraco e eu iria perecer sem ela.

No fundo, no fundo ela achava todos frágeis e incapazes sem ela, seus familiares e os conhecidos. Vivia julgando e estigmatizando todo mundo.

Pobre mamãe! Tão caridosa e solidária com os outros de fora de casa, dando com uma mão e cobrando com a outra, e tão rígida, distante dos seus próprios filhos e esposo! Não se deixava ser amada. Eu sei agora porque:

Quem não recebeu amor de graça não pode dar. Se sente órfão funcional e, como tal, tem que se virar sozinho.

Outra fala dela que não esqueço é que, quando eu chorava (e eu chorava muito, por tudo. Tinha motivos.) ela dizia:

Ah, se eu chorasse por cada coisa que me acontece, viveria chorando e vocês não teriam nem comida para comer. Quer chorar para valer? Vai pegar o fio de ferro que te mostro como.

Ser sensível era defeito a ser corrigido com surras, castigo e humilhação. E eu, resiliente, teimosa, a enfrentava e, mesmo diante de tudo isso, continuava cumprindo minha missão de filha, demonstrando o que ela não conseguia aprender: que merecia sim expressar sua sensibilidade e ter ajuda. Que ela e todos nós somos merecedores de amor, sempre.

Tudo bem, minha mãe. Agora nada disso mais é necessário. Eu posso tomar esses remédios sagrados do Dr. Bach, como essa essência Beech juntamente com o Chicory, o Holly e o Star of Bethlehem e , aqui em mim, você e todos os que te antecederam serão curados. Tratando tudo isso sistemicamente, vamos nos sentir completas e curadas.

Agora, essa dor do prantear na solidão, essa couraça para se defender sozinha, essa revolta de ter sido abandonada, esse medo de se deixar amar, de se entregar e depois perder já não são mais necessários, minha amada mãezinha!

Está tudo bem do jeito que é e, em mim, você pode ter paz e tranquilidade.

Ai no plano em que você está, nada disso mais é importante e aqui para mim, só a sua grandeza de ter me dado a vida é o que me basta.

O que for preciso agora eu mesma faço com o Beech a me auxiliar no equilíbrio da organização, da expressão e da comunicação das minhas ideias, porque, sim, eu sempre fui capaz e continuo sendo.

Gratidão mãe.

Mod07#aula04#floraisdeBach

 

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