Conheci Olinda Guedes pela internet, na Escola Real, fui muito parcipativa em meus primeiros passos, redescobrindo em mim uma criança sedenta pelo mundo novo à minha frente.
Mesmo não sendo pedagoga, sequer na vida tive interesse por magistério, mas enraizadas em meu ser mantive habilidades de compartilhar meus saberes, meus aprendizados, e meu ouvido sempre disposto a uma acolhida.
Na infância, sofri um tanto com isso, não era uma criança tão entendida pelos adultos.
Minha mãe conta que me mandou pra escola com 2 anos pra que eu pudesse ser menos adulta, pois na visão dela eu era muito amadurecida para a idade.
E realmente me recordo de, com 2 anos, achar tola, uma criança na natação, pelo seu jeito de agir: Antes de pular na piscina ela gritava: __“Três, dois , um....fogooooo!!!"
Até hoje, quando ouço alguém fazer esse relato, chego a ver, a reviver a cena da piscina. Nossa cabeça é mesmo fascinante.
Pude reviver as aulas de música: uma senhora parecida com a Marie Popins, com cabelos grisalhos olhar doce, e me lembro de levar pirulitos, e eu sempre gostei dos momentos de descontração. Tanto que - não consigo recordar claramente - a professora um dia me retirou a sala, quando eu tinha ainda 2 anos e meio, porque era a hora da soneca e eu estava conversando. É acho que foi aí que me calei, e por um bom tempo fui calada.
Na minha memória, a diretora era minha amiga e eu ia lá pra desenhar. Ela era grande e de cabelos repicados, e me colocava sentada na mesa, deixava-me desenhar… engraçado, da professora não me recordo, recordo de longe do corredor, e me vejo lá sozinha... Ah quando minha mãe descobriu.... foi um fuzuê.
A escola era enorme, seus portões ficavam abertos e davam direto em uma avenida movimentada. O resultado foi que saí da escola, mas tive a oportunidade de viver bons anos neste horário, com minha madrinha, onde eu era a criança da casa, a primogênita, e depois com minha avó materna que é irmã da minha madrinha. Ambas já não estão encarnadas, mas vivem em muito do que sou hoje, e no que são meus primos e primas.
Voltei para escola no pré, pouco me recordo senão pelas naninhas e aula de culinária, além do parquinho. Lembro-me de me obrigarem a escrever com a mão direita... até hoje tudo que eu faço é com a mão esquerda, mas nunca mais consegui escrever com a mão esquerda. Sabe o que é engraçado? Quando desenho, posso usar as duas mãos sem perceber, com a mesma habilidade, no crochê também, vai ver é porque não faço tanto.
COMO É IMPORTANTE NOS SENTIRMOS PERTENCENTES.
Eu gostaria de poder sair por aí mostrando tudo o que aprendi neste curso.
O quanto me curei e ainda estou me curando, mas também o quanto, a partir daí, posso ser alento aos meus irmãos.
UBUNTU