Evasão escolar, bullying, escolas mal cuidadas, dentre outros problemas que são a realidade de muitas escolas que conhecemos, são vistos pela Pedagogia Sistêmica como reflexo das experiências pessoais ou transgeracionais dos alunos que alí estão e que estão sendo (re)vivenciadas no ambiente escolar ou fora dele.
A Lei da Compensação nos mostra que alunos que não se sentem amados, respeitados, valorizados, vistos, bem-vindos e motivo de alegria para os colegas e professores, inconscientemente se afastam porque dão aquilo que sentem receber. Querem estar onde sentem que são queridos ou necessários, e este lugar nem sempre é a escola.
Conforme Olinda, uma mudança de postura por parte da escola e de professores é indispensável para que alunos, não apenas tenham vontade de frequentar as instituições de ensino, como também de retribuir - com amor, valorização, participação ativa na construção de um ambiente funcional e com bom desempenho – tudo de bom que recebem.
Valorizar a origem de cada um, reconhecendo a trajetória de sua família, criando formas para que recebam as bênçãos de seus pais, de seus antepassados e de sua pátria, é um recurso valioso para trabalhar a questão do bullying, seja para quem é vítima ou para quem o comete.
A vítima passa a entender que pertence, tem seu lugar e que está no lugar certo, deixando de estar em ressonância com quem foi excluído, abusado, subvalorizado. Quem comete o bullying, por sua vez, assimila que errou, que todos dependem uns dos outros e que são todos iguais, e, com isso, naturalmente se despedem do papel dos perpetradores, porque deixam de ter ressonância com quem agiu incorretamente.
No módulo 3 de estudo do curso de Pedagogia Sistêmica da escola real, Olinda destaca que somos naturalmente apaixonados pelo sucesso e nos motivamos para buscá-lo quando estamos no fluxo da vida, fortalecidos e reconciliados com nossos pais. Buscamos ter as bênçãos de nossos pais para seguirmos a vida e sermos melhores que eles.
Os professores representam os pais para os alunos e, quando estão felizes, isso é notado por seus alunos, que passam a ter esperança de que seus pais podem ser tão bons quanto seus professores. Quando o professor tem amor, respeito e honra pelo aluno, eles sentem que os pais também podem ter.
É necessário, contudo, que professores caminhem ao lado de seus alunos, e de mãos dadas com os pais. Que façam uso da poesia, da música e da palavra amorosa e sincera que toca o coração, para transformar os nós em laços, como nos ensina a professora Olinda.
Escola é
o lugar que se faz amigos.
Não se trata só de prédios, salas, quadros,
Programas, horários, conceitos...
Escola é sobretudo, gente.
Gente que trabalha, que estuda
Que alegra, se conhece, se estima.
O Diretor é gente,
O coordenador é gente,
O professor é gente,
O aluno é gente,
Cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor,
Na medida em que cada um se comporte
Como colega, amigo, irmão.
Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”
Nada de conviver com as pessoas e depois,
Descobrir que não tem amizade a ninguém.
Nada de ser como tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
É também criar laços de amizade,
É criar ambiente de camaradagem,
É conviver, é se “amarrar nela”!
Ora é lógico...
Numa escola assim vai ser fácil! Estudar, trabalhar, crescer,
Fazer amigos, educar-se, ser feliz.
É por aqui que podemos começar a melhorar o mundo.
(Paulo Freire)
#pedagogiasistêmica