A Massagem Reparentalizadora Sistêmica vem da Shantala, uma massagem aplicada em bebês na Índia, conhecida na década de 80.
Consiste em movimentos circulares, como uma onda, igual existe no útero. O movimento do corpo da mãe, no corpo do bebê. Movimentos agradáveis que não trazem dor.
As mãos são hábeis, delicadas, sensíveis, amorosas e animadas por um ritmo que parece uma dança, um balé. Não se deve ir nem rápido, nem devagar, é necessário encontrar o ritmo que corresponde ao coração do cliente, ao seu campo.
Perceber a forma que o cliente gosta. Movimentos mais lentos ou mais rápidos. Movimentos um pouco menores e mais próximos. As vezes aperta um pouco mais, um pouco menos.
O contato é reparentalizador, é como o contato da mãe com o seu bebê.
Reparentalização significa devolver para a pessoa todos os estímulos que o pai e a mãe deveria ter entregue na infância.
Com a massagem o cliente vai se sentir amado e quando se sente amado, a gente se entrega ao processo de cura, ao florescer, ao fluir, ao viver.
A Massagem Reparentalizadora vai além de uma massagem relaxante.
Pode ser que curas vão acontecendo. Pode acontecer de vir dores do coração e ser curada. Se o cliente chorar, nós falamos: respira e relaxa. Eu estou aqui. Toda emoção que o cliente acessar nós acolhemos e damos a ele o amor de acalanto. A gente incentiva o amor, o afeto. Incentiva o que ele precisa no momento. O que ele pode dar hoje. Tudo o que falta para a pessoa em algo que ela precisa receber agora.
Nós não podemos garantir que algum desconforto que surgir tenha sido com a massagem. Nós não podemos desconsiderar tudo que surgir dentro da jornada de cura. Tudo deve ser reconhecido e integrado.
A Massagem Reparentalizadora deve ser feita no chão: em um colchonete macio, cheiroso, aconchegante como o colo de mãe. A massagem feita no chão é mais natural, um acalanto, mais curativa.
Devemos levar a atenção a emoção junto com o movimento. Falar sempre baixo, mas que o cliente ouça. Temos que ficar inteiramente em contato com o corpo do cliente, presente, inteiro, em sintonia com o seu campo.
Devemos perguntar por onde começar a massagem. Se o toque está bom, muito leve ou muito pesado. O cliente tem que perceber que está sendo cuidado.
A música é muito importante para o momento da massagem. Devemos escolher músicas que toquem o coração. Que levem ao amor de mãe, ao conforto, ao despertar do ser, do estar vivo, do sentir, do estar presente e receptivo de todo bem estar e cura que a massagem possa proporcionar.
O óleo deve estar morninho, na temperatura do corpo. É como receber um bálsamo de amor, um conforto para o corpo, para a alma.
A massagem é um processo de cura. Ela é um acolhimento, é balsamo. Nós sempre recomendamos uma jornada. O ideal seriam nove sessões e se possível durante vinte e uma semanas, como um processo de construção, de cultivo, de recuperação. Quando existe muita ausência de mãe, como memória pessoal ou transgeracional, recomendamos nove meses. Porque nove meses é um padrão de gestação humana e tudo que for vivenciado durante a jornada de cura deve ser compartilhado com o terapeuta.
A Massagem Reparentalizadora é indicada para todas as pessoas, em qualquer idade, porque ela é feita de forma sistêmica.
Durante uma sessão de massagem podem surgir imagens internas e completar aquilo que sua alma anseia.
Você pode observar o afeto te preenchendo, te completando. Você deve inclusive como terapeuta doar ao cliente um caderninho para ele anotar os efeitos da massagem. O que está reverberando nos cinco sentidos.
O terapeuta deve iniciar e terminar uma sessão acolhendo o cliente e o seu processo. Perguntar: Como você está? O que foi importante nesse período ou nesse intervalo? Como você percebeu seu corpo?
Deve também dar tarefas que completem a cura. Como caminhar na praia ou em um parque com muitas árvores, meditar, ouvir músicas que o conforte, fazer pinturas, bordados.
Fazer tarefas que o campo informar que sejam complementos para a jornada de cura.
Módulo 02