Como diria Lulu Santos, na música Condição: "Eu não sou diferente de ninguém, quase todo mundo faz assim, eu me viro bem melhor quando tá mais pra bom que pra ruim". E foi assim que eu comecei a minha história, sabendo que não era diferente de ninguém, mas sem saber quem eu realmente era. Desenvolvi um transtorno de ansiedade como ferramenta para viver o meu cotidiano, porque tinha um pé em cada barco.
Uma escolha ousada (e que me custou caro), mas que me fez estar mais próxima de minha origem.
Segundo a teoria, quando sofremos um trauma de choque no nascimento (que acontece em casos onde existe o risco real ou imaginário de morte), ficamos meio que presos entre "dois mundos". E para compreender esses dois mundos é preciso levar em consideração que somos seres multidimensionais. Não somos apenas um corpo físico, temos outros corpos sutis que nos animam.
Partindo desse princípio, pode-se ter a compreensão de como alguém pode não se sentir totalmente da TERRA, sentir-se um estrangeiro nesse Planeta. Não se adequar às regras e normas mundanas. E isso é mais comum do que se imagina, isso é ter um pé em cada barco.
Bem, o fato é que não somos absolutamente exclusivos desse plano, e uma das provas mais fervorosas disso é a crença religiosa. A certeza (meio incerta) de que somos filhos de Deus, um ser tão imaterial, que nunca se viu o rosto.
Mas, porque afinal estamos tão perdidos, já que temos a crença que nos garante vida eterna e felicidade infinda no Paraíso? Simplesmente, porque não saímos dele, mas deixamos de enxergá-lo.
"A grande diferença entre os altos e baixos níveis de consciência das pessoas vem do saber-se uma alma que vive em um corpo e o pensar que se é um corpo que tem uma alma".
É isso mesmo, de algum modo, que parece não ser de nossa alçada questionar, esquecemos nossa origem e nossa missão de fazer do plano físico uma réplica da realidade espiritual (o tão famoso paraíso terrestre). Mas, aqui é preciso abrir um parênteses e lembrar que consciência e mente racional não são a mesma coisa, "please"!!! *
Agora, nessa transição de Era o convite é óbvio, precisamos lembrar que somos almas em corpos e não corpos que carregam uma alma que precisa ser purificada contra o pecado original.
Pecado esse que poderia até ser a causa da perda da consciência, não sei.
Mas, quem somos afinal?
Que ser é esse que, tendo todos os poderes possíveis, afunda-se num vale de medo e raiva (as emoções primárias e origem de todo o resto)? Afinal, o que queria dizer o Mestre Jesus quando declarou-nos capazes de fazer milagres ainda maiores do que os dele?
Por que a obviedade de ser quem somos se perdeu no vácuo? Por quê?
Eu não sei, mas o que sei é que passei tempo demais para compreender que assumindo minha verdadeira realidade e parando de imaginar que um ser iluminado é coisa de privilegiados, eu estaria encontrando, finalmente, a minha origem. Ainda, que agora, repleta de bloqueios energéticos seja bem mais difícil fazer o caminho de volta.
Eu e você somos almas, por isso não somos diferentes de ninguém. Mas, o nível de consciência que temos define em que estágio anímico somos capazes de existir, por isso as diferenças.
Por isso, muitos se compadecem e muitos outros, não.
Não existe milagre algum em sermos almas, o verdadeiro milagre que o ser humano conseguiu produzir, e o mais terrível, foi deixar de reconhecer sua origem, deixar de ver a beleza de ser uno com o Todo, deixar de ser a Centelha Divina e delegar a santos e anjos, orixás e deuses míticos seu próprio poder de co-criar.
Pode parecer um pouco assustador pensar que é algo tão simples, porque é difícil demais ter fé naquilo que não se vê, é difícil demais assumir o compromisso por si mesmo em tempos onde tudo pode ser projetado para "fora", julgando que o fora existe e nos isenta de culpas e responsabilidades.
Pois bem, aquilo que refletimos fora de nós é exatamente o que estamos criando, talvez entendendo isso fique fácil de saber porque queremos continuar inconscientes.
*https://sabersistemico.com.br/blog/consciencia-x-mente-racional