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#AULA BÔNUS - CONSTELAÇÕES ÉPICAS - 23/01/2021

#AULA BÔNUS - CONSTELAÇÕES ÉPICAS - 23/01/2021
Márcia Regina Valderamos
jan. 24 - 9 min de leitura
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Hoje na aula preciosa que nossa Mestra amada nos presenteou, ela ensinou e reiterou a importância de, como terapeutas, acolhermos com afeto, respeito, humildade e reverência o nosso cliente. Que nosso local de atendimento seja como um colo de mãe, macio e amoroso, pois o cliente que nos chega está, na maioria das vezes, desamparado e desesperançoso.

Falou de como é fundamental para que a ajuda terapêutica dê certo para o nosso cliente que tenhamos um lugar em nossos corações,  para ele e para seu sistema, para tudo o quanto vivem e viveram a seu modo, sem julgamentos, sem querermos ser tribunal, para evitar bloqueios na capacidade de nosso cliente assimilar o que lhe orientarmos no caminho da sua cura, para que ele consiga ter propósito, que possa recuperar o sentido da sua vida.

A Mestra discorreu sobre a necessidade de entendermos, como terapeutas sistêmicos, que, apesar de Bert Hellinger dizer que não cabe aos humanos perdoar e pedir perdão, pois perdão é da esfera da Divindade, que devemos reconhecer nossos erros, nos desculpar com quem ferimos, e nos retratar, compensando de alguma maneira o atingido, ela lembra que em casos de Constelações Épicas, que envolvem assassinatos, suicídios, genocídios, abortos espontâneos ou não, gemelares um nascido outro não, gêmeos evanescentes onde um se forma, nasce e outro nem chega a se formar, etc., o perdão é fundamental e é o principal pilar para a cura definitiva do cliente e de seu sistema, pois o não perdoar aprisiona quem foi ferido e aquele que feriu.

Vítima e perpetrador estão no mesmo emaranhado.

Lembrando que perdoar não significa esquecer o mal feito. Esse tem que ser reparado de alguma maneira. Essa é a lei sistêmica da Compensação. Mas, perdoar quer dizer dar a oportunidade para ambos os lados poderem evoluir, não ficarem estagnados, bloqueados na culpa, no remorso, no ódio, no desejo de vingança.

Fiquei pensando que, para liberar o perdão verdadeiramente, para entender a si mesmo e entender o que faz nesse momento do perdoar, a pessoa precisa estar “consciente” do que está fazendo. E o que é consciência?

Segundo Carl Gustav Jung (1875-1961), fundador da Psicologia Analítica, a Consciência é a única parte da mente humana diretamente conhecida pelo indivíduo. Lembrando que tudo tem seu outro lado. Se estou consciente de algo num dado momento, nesse exato instante estou inconsciente de outros tantos conteúdos em mim.

Jung afirma que a Mente Consciente se manifesta muito cedo e se desenvolve, provavelmente, antes mesmo do nascimento da criança.

Ao observar uma criança, podemos notar que a percepção do consciente opera enquanto ela reconhece e identifica os pais e os brinquedos, por exemplo.

A percepção da Consciência cresce no indivíduo, através das quatro funções mentais, desenvolvidas por Carl Gustav Jung: pensamento, sentimento, sensação e intuição.

É importante ressaltar que todos nós somos uma totalidade e todos nós temos estas quatro funções, no entanto, sempre uma delas é predominante.

A orientação do Consciente não se desenvolve apenas pelas funções mentais, mas também pelas atitudes psicológicas, ou seja, a maneira pela qual os indivíduos sentem e reagem ao mundo onde vivem. que são: introversão e extroversão. Na primeira, a energia psíquica do indivíduo está voltada para o  seu mundo interno e na segunda, para o mundo externo, isso em termos de para onde está direcionada a sua libido, que não tem a ver só com a sexualidade, mas com tudo que dá vida ao ser humano: sexualidade, criatividade, potencialidade, etc,; tudo o que tem uma intencionalidade no humano, motor de manifestação humana natural e cultural.

O inconsciente para Jung, “com efeito, não é isto ou aquilo, mas o desconhecimento do que nos afeta imediatamente” (esse termo aqui quer dizer ‘sem mediação’). Ele nos aparece como de natureza psíquica, mas sobre sua verdadeira natureza sabemos tão pouco (A Natureza da Psique – 5ª edição – p.XI – Prefácio). “O inconsciente se comporta de maneira compensatória ou complementar a consciência e vice-versa. (mesmo livro – p. 1 – A função transcendente).

Como Terapeutas Sistêmicos by Olinda Guedes sabemos que, se é sofrimento tem cura, tem cura se é sofrimento e que o cliente que nos chega está impactado, incomodado, bloqueado, muitas vezes desesperado e pode ser que sua consciência nem alcance o porquê disso, visto que esse sofrimento pode ou não ser explicado, muitas vezes se mostra desproporcional ao seu atual momento, ao seu dia a dia.

O que irá lhe trazer possibilidades de cura será o conhecimento, o aprendizado a seu próprio respeito e a respeito de como sente e serve ao seu sistema. Segundo o Saber Sistêmico memórias pessoais ou transgeracionais, ou seja, inconsciente pessoal ou inconsciente coletivo, segundo Jung.

Ao fazermos a entrevista para levantar os dados do cliente, pessoais e transgeracionais, verificamos o todo desse ser que sofre e como ele coloca suas dores e, assim, podemos identificar se esses são conteúdos conscientes ou inconscientes, traumas pessoais ou se está a serviço de algum antepassado não considerado, excluído.

Jung diz “A experiência prática nos ensina, de modo geral, que a atividade psíquica só pode ser substituída de maneira equivalente; assim, um interesse patológico, uma ligação intensa com um sintoma só podem ser substituídos por uma ligação, igualmente intensa, com um outro interesse.” (A Energia Psíquica – 8ª edição – p. 30 &39).

Percebemos nessa análise até aqui a Lei da Compensação agindo todo o tempo, sempre se apresentando pares de opostos: consciente-inconsciente; extroversão-introversão, funções mentais-atitudes, pessoais-transgeracionais, nos levando a observar que, ao avaliar nosso cliente só vemos  a ponta do iceberg,da qual talvez ele nem esteja ciente, ou conheça só uma parte dela,  e que seu oposto está no inconsciente e precisa ser levado em consideração.

Para que o cliente chegue a realmente perdoar ele precisa então se conhecer melhor, reconhecer lados seus que ainda estão obscuros e que ele talvez esteja emaranhado em questões transgeracionais, padrões familiares repetitivos, crenças limitantes e leis pessoais já não necessárias para o seu presente.

Jung , se referindo à Função Transcendente, que é a soma dos conteúdos conscientes e inconscientes da mente humana, diz que “As organizações ou sistemas são símbolos (profissão de fé) que capacitam o homem a estabelecer uma posição espiritual que se contrapõe à natureza instintiva original, uma atitude cultural em face da mera instintividade.

Esta tem sido a função de todas as religiões....

Qualquer avanço cultural é, psicologicamente, uma ampliação da consciência, uma tomada de consciência, que só pode se realizar através da diferenciação.”Ele continua...”

A coletividade das religiões, as crenças coletivas com o avanço cultural se tornam individualizadas, mas isso não faz com que desapareçam seus valores intrínsecos (de coletividade).

Então, podemos supor que na raiz de toda crença estão os padrões que criamos de acordo com a família a que pertencemos, o local onde vivemos e o modo como aprendemos a olhar para tudo isso, o que recebe a influência da nossa essência interior que é única. Cada ser humano sente e recebe o mesmo mundo à sua maneira.

Creio que só levando em consideração todos esses aspectos, tendo realmente conhecimento sobre si mesmo e o que o cerca, sobre o que levou a agir assim, a ser como é, somente assim é que o indivíduo conseguirá ponderar sobre um possível perdão ao que mais lhe dói.

O ato de perdoar, portanto, não é um julgamento do que é certo do que é errado. Perdão a outrem ou a si mesmo é uma abertura do coração, da alma para a possibilidade de reparação de ambos os lados, afinal, estamos todos a serviço de um Ser Maior e se me foi feito algo será que, de alguma maneira, eu não precisaria passar por isso para repensar e aprender sobre mim mesma?

Será que haveria, na época, possibilidade de ter ocorrido de outro jeito o que ocorreu?

Há uma enorme, abismal, infindável diferença entre o Perdão de Deus e o perdão humano.

Deus não precisa de aperfeiçoamento como nós.

 

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