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AULA BÔNUS DE CONSTELAÇÕES ÉPICAS

AULA BÔNUS DE CONSTELAÇÕES ÉPICAS
Márcia Regina Valderamos
fev. 19 - 7 min de leitura
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Essa aula foi como se eu tivesse sido hipnotizada pela mestra e pela Susy Guedes, minha mentora espiritual, ambas mensageiras de Deus na minha vida.

Desde a conversa inicial com a nossa amada colega Irene, a mestra começou a pontuar como as coisas mais simples, singelas e corriqueiras são fundamentais em nossas vidas, e isso se seguiu por todo o tempo, com a colaboração também dos colegas que fizeram perguntas importantes, propiciando mais aprendizado.

Não esqueçam o poder das pequenas atitudes. Do viver junto. (Olinda Guedes)

Nossa amada Olinda trouxe o ensinamento do quanto é fundamental se perceber que os irmãos mais velhos precisam ser incluídos quando a mãe volta a engravidar, que devem ser participantes de todo o processo desde que houve a concepção, durante a gestação e quando do parto, para que sintam que são considerados, amados e respeitados e os efeitos funestos, gerando desentendimentos, brigas, entre irmãos, que o não cumprimento dessa tarefa por parte dos pais pode acarretar para as vidas das pessoas.

Ficou bem claro para mim o porquê de tantos conflitos e falta de entendimento no meu sistema e dessa estranha sensação de desconforto entre mim e meu único irmão vivo.

Tanto o lado materno quanto paterno da minha família sofre com as memórias de abandono, orfandade, exclusão e, a cada criança nascida, uma é deixada de lado, em todos os sentidos.

Por isso, tanta inveja, tanto ciúme, tanta mágoa.

Os irmãos mais velhos são excluídos dos irmãos mais novos quando a mãe volta a engravidar. Não é só a mãe que engravida. Uma gravidez muda a energia do mundo, da casa e da família. Todos devem ser incluídos. Todos devem participar. (Olinda Guedes)

Colo de mãe não se divide, só se multiplica.

Tantas fichas foram caindo a cada preciosa palavra da mestra Olinda! Entendi porque na minha família, apesar de nos amarmos tanto, não nos suportamos e desconfiamos a todo momento que estamos sendo vigiados, analisados, julgados, condenados, punidos e seremos escorraçados se nos entregarmos e demonstrarmos amor, que seremos abandonados, rejeitados e, devido a essa desconfiança, essa insegurança entre nós, preferimos, se é que se pode preferir algo assim, vivermos afastados, isolados, uns dos outros, como que para nos defendermos do invisível inimigo que está em nossas memórias transgeracionais.

Faz parte da saúde emocional o pertencimento. Nós gostamos de estar juntos.

Muito das doenças, da depressão, tem a ver com separação.

(Olinda Guedes)

A nossa linda e amada Mestra nos alerta que o ser humano não nasceu para viver só, temos fome de pertencimento, somos carentes de colo, de estarmos com a nossa manada. Eu sinto isso desde que nasci, mas na minha casa esse meu sentimento era uma besteira.

Na nossa família essa “doença de separação”, como hoje chamou a mestra, foi passando de geração para geração, desde que nossos avós tiveram que sair de suas pátrias mães, perderam o colo delas, abandonaram lá amados que não puderam vir, se sentiram abandonados, rejeitados, perdidos e tiveram que se defender.

Criaram uma grossa casca de resistência para não permitir que houvesse expressão e recepção de afeto, por terem passado pelos traumas que vivenciaram. Isso resultou em solidão e melancolia. A humildade do reconhecimento disso tudo é necessária para a cura e eu a estou buscando pelo meu sistema todo.

Meus pais apontavam os “defeitos” das famílias um do outro e eu ficava imaginando porque eles não notavam que era tudo tão igual em ambos os lados, inclusive quanto a bondade e a prontidão em ajudar o próximo também. Agora eu sei.

Muitos entre meus familiares não conseguiram ser pais. Inclusive eu. Hoje entendo porque. Meu sistema, eu, nós, precisamos exercitar mais a humildade.

Minha família sempre achou vergonhoso filhos com qualquer tipo de característica diferente dos demais, sejam físicas, emocionais ou mentais e, portanto, “o lixo continua debaixo do tapete” e somos, cada um a seu modo, totalmente infelizes, doentes e, muitos de nós já desistiram de viver, apesar de vivos.

Nossas memórias familiares trazem um campo de dor difícil de ser encarado. Eu compreendo. Muitos segredos, muitas coisas encobertas que os meus sempre fizeram de tudo para esquecer: memórias de escassez, de fome, orfandade, rejeição, humilhação, perda da autonomia, da liberdade, do acalanto, falta de honradez, assassinatos, etc, mas que nunca serão esquecidas e, enquanto não forem olhadas, reconhecidas, incluídas e ressignificadas, voltarão à tona de alguma maneira.

Percebo, quando busco informações sobre algum fato familiar, que há muita culpa, ressentimento, memórias de perpetrador e vítima, tudo muito dolorido de se encarar. Então, como é comum entre a maioria das pessoas, os meus amados acham que estão se protegendo fugindo do assunto, brigando porque quero falar a respeito, usando de religiosidade ou positivismo para complicar mais e deixar como está.

Antes eu ficava brava, revoltada com isso, hoje, com o que aprendo no Saber Sistêmico, estou em paz. Eu compreendo e respeito.

Quem, como eu tenta de alguma maneira compreender esses meandros, esses emaranhamentos e busca dividir o que aprende, é considerado louco, esquisito, invasor, deslumbrado, iludido, etc. Aprendi mais uma vez hoje que não devo discutir sobre isso nem sobre nada. Cada qual com seu modo de ver o mundo e pensar as coisas.

Eu continuo pesquisando como aspirar essa sujeira, mesmo com todas as recriminações que ouço. Agora já não me importam mais.

As pessoas fazem o que podem. Cada um é o que é. Está tudo certo, como deve ser.

Do meu canto aqui vou dando um lugar a todos no meu coração, incluindo os que me parecem excluídos, principalmente, e sigo buscando encontrar algo sobre as histórias dos meus antepassados, fazendo a minha parte nesse sistema que eu tanto amo e para quem tenho feito tudo, e continuo a fazer, só que agora estou fazendo de forma consciente, sem me deixar contaminar com o que ou com quem não me faz bem.

Meus erros e acertos são entre mim e Deus. Com Ele, no meu íntimo, como a amada Susy hoje falou, vou me arrependendo dos meus e dos pecados de todos os meus amados, me redimindo por mim e por eles, exercitando a empatia e a compaixão, também por mim.


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