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CONSTELAÇÃO NA ÁGUA: O MASCULINO E FEMININO EM MIM E NO MEU SISTEMA

CONSTELAÇÃO NA ÁGUA: O MASCULINO E FEMININO EM MIM E NO MEU SISTEMA
Márcia Regina Valderamos
dez. 23 - 6 min de leitura
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Mestra amada,

Seguindo suas instruções, quando a senhora pediu para que escolhêssemos um representante para nós, sem perceber, peguei um adulto homem amarelo e coloquei na água pensando ser o meu representante. Só percebi quando foi pedido para escolhermos um representante para o nosso lado masculino. Fui pegar o boneco homem amarelo adulto e vi que já tinha pego um e minha mão foi direto ao lado para pegar outro, logo peguei a adulta mulher amarela.

Notei que havia trocado e deixei assim mesmo, pensando na mulher como sendo eu e o homem como o masculino, mas sabendo que era forçado. Meu representante era esse homem amarelo e a mulher o representante do masculino. Inverti. Percebi na hora a confusão, a inversão de valores e o conflito desses dois em mim. Em seguida, peguei a adulta mulher azul para a representação do feminino, sem titubear, mas, claro, influenciada já pelo que tinha percebido.

Na medida em que fui colocando os bonecos na água, eles foram ficando assim: homem amarelo num extremo, mulher amarela no centro e mulher azul no outro extremo. Ao colocar a mulher azul, ela se mexeu e virou de ponta cabeça, se aproximando da na mulher amarela, assim como o homem amarelo à mulher amarela, ficando quase que de mãos dadas com ela, vide a foto acima. 

Senti, além da confusão dos conceitos em mim, que meu feminino está contido, limitado, reprimido, sendo mais evidente o masculino em mim. Sendo os dois de cor amarela e eu tendo pego o homem para me representar, creio que devido as desvalorizações do feminino no meu sistema me debato entre o ser sensível, abstrato, emocional e sensitivo que sou e o ser racional, ativo, prático e atuante que também posso ser.

Tem algo para ser feito, eu faço, mas sempre fico com um vazio de que falta algo, que não fiz como deveria ter feito, sempre acho que deveria ser melhor. Com os outros não sou assim o tempo todo, procuro ser mãe que ensina, que incentiva. Já fui muito mais ranzinza e crítica do que sou hoje, comigo e com os demais; mais consciente, agora sei que ajo assim porque é da mãe arquetípica que preciso, mãe essa que me apresente o pai arquetípico que não consegui ter, preciso e busco validação.

Estou sempre fora, no ar.

Fico sempre querendo ser a pacificadora, mesmo me prejudicando para manter a paz, o entendimento entre todos. Sem proteção, me coloco no lugar do próximo o tempo todo e busco fazer por ele, com compaixão e empatia exacerbados.

Nos meus relacionamentos percebo as consequências desse meu comportamento disfuncional e estou certa que estou precisando ser mais prudente e seguir mais as ordens de ajuda: oferecer só o que tenho para doar; só ajudar se for solicitado e só com aquilo que foi solicitado e eu possa dar. Se não sigo isso, me fragilizo, enfraqueço e tiro também a força de quem comigo convive; fico mal física e emocionalmente, pois dificilmente o que faço é visto, é reconhecido pelos demais e me sinto sempre frustrada e injustiçada.

Devido a tudo isso, não sinto os prazeres da vida, não utilizo a minha criatividade como deveria e não me deixo ser amada, não me faço feliz.

Qual a tarefa que devo fazer para que haja solução?

Treinar mais meditação, meu estado de presença. O estar no aqui e agora. Me acolher como mulher, me validar como doce, meiga e frágil também. Me permitir ser amada pelo masculino, ser cuidada, ser paparicada e amá-lo e paparicá-lo também.  Ter e dar prazer, mas receber antes de doar. Aceitar essa mão que me segura como proteção, como afeto e não só como opressão, limitação, humilhação, diminuição ou intimidação.

Eu não preciso ser útil o tempo todo.

Preciso treinar ficar sem fazer nada algum tempo ou fazer coisas para mim mesma, que eu goste: ler, plantar, caminhar ao ar livre, dançar, balançar, tomar banho de chuva, etc. Quando fizer por alguém, fazer sem esperar nada em troca. Nesse fazer algo para o próximo, aproveitar a oportunidade para me apresentar, me mostrar para o mundo e oferecer o que tenho capacidade de doar claramente. Como profissional, me preparo para ser e sou psicóloga, sou uma cuidadora do ser. Preciso ter coragem para assumir essa minha missão.

Sempre dou um jeito de me boicotar, me limitar.

Após essas percepções, reflexões e insights tive momentos iniciais de desconforto, tristeza profunda, choro convulsivo, riso, tranquilidade e paz interna. Me achei uma boba inicialmente, porque fiquei emocionada demais. Sempre fico. Depois fiquei enternecida, com muita ternura, por mim, por esse belo trabalho, por todo esse aprendizado.

Sou muito grata por mais essa oportunidade de cura. Sei que de bobos nem eu, muito menos esse trabalho, essa linda técnica tem. É que de tão simples que ela é, de tão prática, de tão direta e, ao mesmo tempo, de tão doce e sensível, me lembra o feminino desprezado, dito como bobo, fraco e inútil no meu sistema que o despreza e despreza também o masculino, chamando-o de imprestável, mas une os dois no que é essencial: a vida!

Agora, amada Mestra, me diga: Fez sentido?

Quero, se possível, a sua visão e as sua orientações para essa pessoa aqui que está começando a engatinhar no Saber, no Pensamento Sistêmico.

Gratidão imensa por tanto e por tudo!

Doll house

Amada Marcinha!

Você é excelente. Percebe com total clareza a realidade. Agora sabe o que vai acontecer? Melhorias... porque quanto mais a gente se propõe mais Deus dispõe.

Um abraço feliz e florido.

Olinda

 


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