Bert Hellinger:
"Muita gente acha que para os doentes a morte é ruim. Não é verdade, em absoluto."
Para eles a vida é ruim.
E eu sei por quê. Descobri isso. Quem adoece gravemente e morre de câncer, por exemplo, sente-se inocente e pertencendo à família num sentido profundo.
E quem se livra da doença teme deixar de pertencer a ela se sobreviver. E por isso prefere morrer.
Assim procedem as crianças pequenas.
É preciso dizer-lhes que isso não é assim.
Decidir-se pela vida, por um destino maior, produz na pessoa um sentimento de solidão.
Quem se desprende da mãe, do pai, de um irmão, ou de outra pessoa, tem de abandonar a união simbiótica com eles.
Só nas alturas, por assim dizer, somos fortes, leves — e sós.
Nesse modo de estar sós nos ligamos a muitas coisas, mas não com a mesma intimidade do nível simbiótico, pois agora nos ligamos como pessoas autônomas.
Bert Hellinger
Desatando os laços do destino. Página 49.