As constelações sistêmicas mostram claramente que muitos problemas, principalmente quando tem relação com a saúde, podem estar associados à exclusão de uma ou várias pessoas, ou a acontecimentos relevantes na história da família.
Por trás de uma exclusão, consciente ou inconsciente existe, via de regra, uma sobrecarga emocional proveniente de uma experiência traumática ou uma decepção dolorosa. Na sobrecarga emocional a exclusão é inicialmente um recurso para se preservar a vida. Frequentemente esse mecanismo passa a constituir um padrão condicionado e persiste sobre a forma de projeções inconscientes sobre outras pessoas. Muitas destas experiências dolorosas primárias levam mais tarde a julgamentos negativos, recriminações e cobranças. Todas elas atuam nos relacionamentos, separando ou ligando, e muitas vezes é por intermédio de uma doença que a pessoa envolvida é levada posteriormente a refletir e a mudar.
Contrariamente aos efeitos das exclusões que amarram, enredam e limitam a vida, a sintonia, a aceitação e o reconhecimento são vividos como liberadores e salutares.
Somente quem se harmoniza com seu passado fica livre para o futuro. Quem luta contra o que passou permanece amarrado, quer se trate de uma sua própria vida, como uma perda, uma separação prematura dos pais ou uma decisão errada, quer se trate de algo que transcenda a sua própria pessoa e se relacione à história de sua família.
As constelações sistêmicas com doentes sugerem que olhar para a própria vida muitas vezes não é o suficiente para um alívio ou para cura. A doença deve ser considerada em sua vinculação ao contexto transgeracional da família, e não deve ser considerada apenas como um acontecimento pessoal do paciente.
Livro - Constelações Familiares e o Caminho da Cura
Stephan Hausner página 31