Saber Sistêmico - Comunidade da Constelação Familiar Sistêmica
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Faça a sua escolha

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Débora Carvalho
mai. 24 - 12 min de leitura
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 Acorde! O autoconhecimento é um caminho sem volta.

Se você tomar a pílula azul a historia acaba e você acordará na sua cama acreditando no que quiser. Se você tomar a pílula vermelha, ficará no país das maravilhas e eu te mostrarei até aonde vai a toca do coelho. Faça a sua escolha. Frase do filme Matrix.

Vou partilhar um trecho da minha experiência no que que diz respeito a minha busca pelos meus tesouros perdidos. Sim um dos mais longos caminhos que já trilhei e continuo trilhando. E se você leitor é um terapeuta, curador, médico, psicólogo, mestre, professor de jardim de infância, pedreiro, ou lavadeira, ou seja qualquer pessoa que decida estar na vida verdadeiramente, irá se identificar, pois todos nós passamos por processos internos de travessias parecidos na vida, ou se você já se lançou nesse processo, que mais se assemelha com a jornada de um personagem de filme, que pelas minha leituras e percepções acontece através de doze passos clássicos, veja se faz sentido pra você, com algum deles descritos abaixo. Sabe aqueles scripts que estão inseridos nas historias e filmes? Processo que eu chamo de volta para casa. 

Primeiro passo: Você fecundou o óvulo, agora está inserido em uma grande comunidade de destino. Pertencem a essa comunidade, onde este pensamento atua de modo nefasto, os irmãos, os pais e seus irmãos, os avós, eventualmente também algum bisavô e todos os que cederam lugar a alguma dessas pessoas. Entre os que cederam lugar, incluem-se ex-cônjuges, ex-noivos ou ex-parceiros dos pais e dos avós, e ainda todos aqueles cujo desaparecimento ou desgraça propiciou a alguém ingressar no grupo familiar ou obter alguma outra vantagem. Bert Hellinger, Ordens do Amor, Editora Cultrix, pág 287 e então ficamos no ninho por um período, cresce e o mundo lhe é apresentado, o mundo comum. 

Segundo passo: Você é chamado para aventura, que é viver, estar na vida e aventura-se. Precisamos nos relacionar, interagir nesse mundo, compreender que herdamos mais do que cor da pele e dos olhos, herdamos também as cargas emocionais de nossos ancestrais. Quando vamos crescendo e nos desenvolvendo, dentro do fluxo da vida, concordando com nosso destino olhamos para a frente, com a força dos nossos antepassados nos sustentando atrás de nós. A vida encontra espaço para fluir.

Terceiro passo: Você sente que a vida é algo mais, compreender este fato é uma chance de reconhecer a realidade própria e dos familiares, inclusive naquilo que é difícil. Os conhecimentos trazidos por Hellinger e outros estudiosos das relações familiares mostram que nossa liberdade perante acontecimentos da vida é limitada. Isso não nos retira a responsabilidade pelos nossos atos, porém nos cede a compreensão maior de tudo que nos influencia, nós sentimos e escutamos o chamado e no entanto, recusamos de primeiro momento o chamado, porque as vezes não temos consciência dos emaranhamentos que trazemos, em sistemas com exclusões, como por exemplo o aborto, é comum que esse movimento atue em todos os seus integrantes. Muitas vezes carregamos essa dinâmica como um sentimento de que“falta algo” em nossas vidas, pois parece que não vamos dar conta. Parece algo muito redondo e grande, temos medo do desconhecido.

Quarto passo: É quando sentimos que Deus ou uma força maior, como queira chamar, escuta nossas orações e é como que em instantes passamos a perceber sinais, então vão surgindo novas imagens internas, encontramos um mentor, ou uma pessoa que vai nos guiar nas travessias. É como se descortinasse uma nova realidade, as respostas vão chegando, a partir de então começamos a compreender que de fato nós criamos nossos milagres, sim o mentor aqui nos guia a olhar para o nosso lado mais poderoso. E poder aqui tem haver com a nossa capacidade de tomar decisões, como por exemplo, a decisão de seguir em frente e curar os padrões repetitivos negativos do sistema familiar. Foi neste momento, em que eu Débora profissional recém formada e pós graduada em psicopedagogia não tinha forças para seguir na vida e nem na profissão, por pura intuição cai de paraquedas num dos módulos no Instituto Anauê- Teiño, no ano de 2013 em Curitiba, e acreditem, dois dias com Olinda Guedes (https://sabersistemico.com.br/@olindaguedes) foi suficiente para causar o maior movimento na minha vida e no meu sistema, tudo se transformou, tudo fez sentido. Aprendi em dois dias conteúdos para toda a vida, aconteceu então uma verdadeira explosão de curas no meu sistema, eram moedas caindo para todos os lados em minha vida, em outras palavras estava eu resgatando todas as minhas moedas, que estavam travadas nos emaranhamentos sistêmicos. Lá estava eu, no pensamento mecanicista, em uma desordem já instalada, um verdadeiro caos, pensava que a ordem era de frente para trás e me sentia totalmente fora do meu lugar reconheci minha pequenez.

Foi exatamente neste momento que compreendi a diferença entre poder e empoderamento, pois estava com o ego ferido. Naquele momento recebi uma imagem interna, de um tabuleiro de jogo, sabe aqueles jogos da época da escola que dependendo da casa em que o dado cai, tem uma mensagem para voltar no ponto de partida? Então, Olinda na sua infinita humildade e benevolência, me mostrou que eu precisava voltar umas...todas... as casas necessárias e iniciar o trajeto novamente, ou seja, com apenas uma pergunta ela matou a charada, eu querendo conquistar o mundo profissional e ela me perguntou: Débora cadê o seu pai? 

Para quem conhece um tanto de constelação familiar, sabe exatamente o que essa pergunta significa. O que a exclusão dos pais ressoam na vida das pessoas. Olinda, saiba que você foi a resposta de minhas orações.

Quinto passo: A travessia do primeiro obstáculo, aqui para mim foi estar totalmente perdida dentro de minha profissão sem a visão sistêmica, e como na minha vida sempre houve uma demanda considerável de pessoas que precisam de apoio e ajuda, para mim estava desafiador lidar com as demandas das pessoas e principalmente com as minhas. Acordei para uma verdade que para eu ajudar as pessoas, primeiro eu precisava me ajudar, a fazer o caminho de volta.

Sexto passo: Vieram os testes... eu sai de casa eu casei, mudei de estado, de profissão, logo eu fiquei desempregada, terminei o relacionamento, voltei para minha cidade de origem, decidi enfrentar meus medos, tomei a minha vida, encontrei aliados, pessoas me ajudaram, me ofereceram oportunidades. Eu mudei, meu mundo mudou. Claro, saia do ritmo várias vezes, não cliquei em um botão e tudo ficou cor rosa, conheci meus inimigos que foram minhas dores vícios e fraquezas, fase dos botecos, busca por algo externo para anestesiar o processo. A vida tem desses movimentos incompreensíveis, na infância passamos, mas algumas partes de nós ainda continuam crianças, demoramos para crescer. Vamos aos poucos, em passos lentos, curando todos os medos,  inclusive o de soltar o conhecido, a segurança, o colo... para algo desconheci e maior, o futuro simboliza o pai .

Sétimo passo: Aproximação da caverna oculta, aqui a noite escura chegou, tentei fugir até o ultimo minuto. Quem já passou, ou ainda está passando por essa fase? Uma dica: Muita calma nessa hora. Procure ajuda de um grupo de apoio, faça constelações familiares, leia muitos livros, autoconhecimento é a chave. Meu mantra foi: Só por hoje suportei mais este dia gratidão!

Oitavo passo: Provações... pedi para morrer, era muita dor, dores emocionais principalmente. Sim, hoje eu consigo perceber o quanto fiquei diferente e mais sensível com a dor do outro, aprendi mais sobre empatia, me colocar no lugar de uma pessoa que sofre de depressão, que terminou um relacionamento, que passou por lutos, por processos internos desafiadores, crises existenciais... Conectei minha razão com meu coração.

Nono passo: Rezei para Deus me guiar, decidi não morrer sem antes lutar, sem antes compreender o que estava acontecendo em minha vida, para o que eu estava sendo preparada e entender que eu estava sendo preparada para me tornar uma profissional diferente, uma Pedagoga e Terapeuta Sistêmica, para trabalhar com a vida das pessoas, com o coração das pessoas. O curador sendo curado, um verdadeiro processo alquímico. Obtive recompensa de todos os meus esforços, agora contava com mais uma ferramenta, o apanhado da espada. Hoje estudando um tanto mais sobre a linguagem arquetípica e simbólica entendo o porque a carta do tarô sistêmico a rainha de espadas me representa tanto.  

Décimo passo: A recuperação das forças, caminho de volta. Lembra das vinte casas? Estou atravessando todas, no meu tempo no meu ritmo, agora não tenho mais pressa, minha intuição me diz que esse é o caminho certo, estou alinhada com o meu propósito de vida, estou seguindo a minha estrela guia.  

Décimo primeiro passo: Ressurreição. Aqui ressurgi das cinzas como diz minha mãe: Você é uma fênix de ouro. Decidi sair do padrão de vitima e tomar responsabilidade pela minha vida. 

Décimo segundo passo: Retorno com elixir, que para mim representa o despertar de uma nova consciência. Saber se relacionar com a Matrix, neste momento eu já desenvolvi uma visão diferente, hoje estou conseguindo olhar a vida sob um outro ângulo, mas em paz. Voltei para casa de minha mãe, resgatei  minhas moedas e para meu lugar, com tudo o que isso representa, tomei a vida e decidi passar a vida em diante. Hoje estou em um relacionamento maravilhoso com a minha alma gêmea, juntos estamos construindo nossa nova família. Tão profundo esse movimento do espírito.

Todas essas etapas precisam ser ultrapassadas para experimentar o que Eckhart Tolle chama de estado "Presença". Sentia que precisava curar, fui descobrindo através das leituras, que sim, fazia sentido eu perceber e sentir doer em mim a dor dos meus ancestrais. Justo a mim coube ser eu mesma, então fui percebendo que a cura de alguns aspectos do minha alma, precisava ser curada em relação a alma do sistema familiar.

Bert Hellinger, tem nos mostrado, através do trabalho com as constelações familiares, através do saber sistêmico o movimento do espírito, que nós possuímos uma consciência individual, mas no entanto não temos muita liberdade sobre ela, principalmente se estamos no piloto automático no modelo mecanicista, vivendo dentro da Matrix da economia atual. Fazemos parte de uma consciência muito maior que sob ela regem algumas leis que Bert Hellinger denominou como sendo as leis do amor, que são essenciais como a lei do pertencimento, inclusão e exclusão, lei da compensação, equilíbrio entre dar e receber, lei da ordem, lugar, hierarquia. Foi descortinando para nós um universo vivo e interativo. Dá para acreditar que nós vivos atuamos sobre o mundo dos mortos e os mortos atuam sobre o mundo dos vivos? Sim, é incrível, nossa vida é quântica e interativa o tempo todo, nós co - criamos tudo através dos nossos pensamentos, através da nossa frequência vibratória do campo morfo - genético. Somos todos um. Agora eu entendo o que o líder político e espiritual da índia quis dizer com esta fala: Se a humanidade irá conscientemente seguir a lei do amor, eu não sei, mas isso não me incomoda. A lei vai agir como a lei da gravidade age independente de aceitarmos ou não. Mahatma Gandhi.

 

Autora Débora Pereira de Carvalho, filha de José Machado de Souza Filho & Beatriz Pereira de Carvalho.

Imagem do Google do Filme Matrix-pilula-azul-ou-vermelha.

 

 


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