Passei o dia inteiro pensando longe... De vez em quando vinha um sentimento de “VOCÊ TEM QUE ESTAR LÁ!" Não me lembro à que horas a Mestra amada enviou mensagem perguntando quem gostaria de ser representante. Eu e outros muitos colegas já tínhamos nos oferecido, mas pensei vários momentos do dia que deveria desistir. Para quê? Tem tanta gente que sabe o que faz e vai estar lá. Melhor eu ficar na minha. Estou mais para me recolher, ficar quietinha, só comigo e aí eu “ouvia” dentro de mim: “VOCÊ TEM QUE IR!" Ok. Obedeci. Fui. Me sentindo meio com medo, meio com muita vontade. Até o último minuto as dúvidas: “será que devo? Para que e por quê? Aí veio: “para QUEM?" Não pude resistir mais! Então, resolvi abrir meu vídeo quando a Mestra pediu. Me coloquei a serviço (quer dizer, estive o dia todo!).
O que Olinda Guedes falou antes da constelação parecia me dizer:”Está ouvindo? É por isso que você tem que estar aqui”! Eu estava sentindo calafrios a tarde toda, um medo inexplicável e vontade de fugir. Parecia estar com febre, dores pelo corpo, sensação de sufoco e terror. Ofegante, faltava o ar. Como não havia razões concretas para isso pensei: “SERÁ QUE É DO CAMPO?”. E eis que quando abrimos as câmeras para a cliente escolher os representantes só estávamos em mulheres e qual o tema a ser constelado? UMA MÃEZINHA AFLITA COM O AUTISMO DO FILHO MAIS NOVO, DESEJOSA EM ADQUIRIR CONHECIMENTOS PARA AJUDÁ-LO NA CURA, LIVRÁ-LO DAS PROVÁVEIS DIFICULDADES FUTURAS, DO PRECONCEITO E AJUDAR OUTRAS MÃES QUE, COMO ELA, LUTAM SOZINHAS, SÃO INCOMPREENDIDAS E EXPERIMENTAM SOLIDÃO, POR MEDO DE SEREM CHAMADAS DE LOUCAS EM RELAÇÃO ÀS SUAS PERCEPÇÕES E CRENÇAS.
Durante a constelação, sentia como se eu fosse bem novinha, quase uma criança.
Senti tanto sofrimento, dor, raiva, revolta! Tive que fechar a boca com tanta força que os dentes chegaram a machucar abaixo do meu lábio inferior! Quando o Jair, que amo ouvir cantar, cantou índia, música que adoro e sempre quando ouço me emociono por lembrar minha avó paterna, a India Bugra Ana Rosa Jesuína querida, mas naquele momento me veio um grande nojo e fiquei mais e mais possessa de raiva e revoltada! Parecia que uma boca se aproximava da minha e eu não queria, nojo! Asco! Tive que esfregar a boca com muita força; me sentia presa num lugar muito apertado, escuro e úmido! Tive as sensações que senti durante o dia: calafrios, arrepios na espinha, parecia estar com febre, ao mesmo tempo calor, misto de pavor, raiva e vontade de sair correndo, quebrar tudo, gritar, chorar e não poder.
Impotência! Pânico! Meu coração disparou! Eu não conseguia olhar para ninguém; queria ver a cliente, que na minha tela estava ao meu lado e acima da representante do sintoma e não conseguia. Fiquei com olhar fixado no sintoma, até o anjinho Guilherme entrou na constelação. Aí consegui olhar para ele, para a sua mãe, a cliente. Meu coração acalmou. Uma alegria, uma satisfação gigantesca me tomou! Mas, não vi mais ninguém. Senti como se estivesse com ele no colo e o acalentava com tanto amor! Senti que embalava ele e muitas outras crianças que me pareceram ser órfãs, e que sofreram maus tratos e vieram para esse mundo para nos libertar, assim como o principezinho Guilherme.
Fui sentindo crescer em mim um grande amor olhando para aquele bebê. Todo o sufoco foi esquecido. Toda a raiva e revolta foi se acomodando. Fui sentindo compaixão, ternura, êxtase indescritível! Uma leveza, um sentimento de liberdade e de “já passou”. E o “acabou” que o Guilherme falou e fez com as mãozinhas quando parou a canção do Alecrim Dourado, me remeteu a “agora podemos descansar em pazzz”! Entendi com o coração tudo o que ele falou durante a canção lindíssima que o Jair cantou sobre o curumim. Não sei o que queria dizer, mas senti que sabia! Foi maravilhoso! Tudo muito incrível e mágico!
Depois que terminou a constelação, que acabou a aula, custei a dormir. Fiquei refletindo até por volta das 4 horas da madrugada. Como tudo está interligado nesse Universo! É demais!
Minha avó paterna era índia bugra, como já escrevi. Meu pai e os seus vieram de Minas Gerais da cidade de Areado. Acho que minha avó também é de lá. Nada sei dela. Eu a amava muito. Meu avô paterno era espanhol, diziam, mas sem nenhuma informação concreta a respeito. Eu não gostava dele. Ele era mau para mim e para os meus (estou em processo para concordar e dizer sim, me livrando desse peso). O nome que ele era chamado era Miguel, mas ouvi dizer, sem explicações, que seu nome real era Guilherme e que ele roubou esse nome do irmão gêmeo (do qual nada sei também. Nem conheci) O nome do filho da cliente dessa constelação! O nome desse ser de Luz que Deus nos enviou!
Refletindo sobre tudo, senti que esse meu avô pode até ter capturado minha avó, feito dela prisioneira para ficar com ele. Eu acho, agora, relembrando que ela era tão doce com todos, inclusive morreu em decorrência de diabetes, mas com ele ela era muito brava, irada mesmo! Como ele era muito mau mesmo, ninguém estranhava.
Pensei muito também na filha mais velha da colega que constelou. Como ela também está a serviço e quanto tem amado o seu sistema! Outro Anjo Divino disposta a se sacrificar em prol de todos! Deus retribua!
Surpreendeu-me também o entendimento que me veio, porque apesar de eu não ter tido filhos e sempre querer muito ter, depois de mais de 30 anos de terapia em diversas abordagens, inclusive em constelações sistêmicas, percebi que talvez, por desconhecimento e amor cego, eu não quisesse realmente ser mãe. Talvez quisesse, mas tivesse muito medo, pois seria perpetuar a história do feminino doente, infeliz, desacreditado, desvalorizado, incompleto, desrespeitado, no meu sistema; feminino que acredita que deve renunciar a própria felicidade e saúde em detrimento de todos os demais da família. Todas as sobreviventes que conheci e das que me contara, se tornaram revoltadas e magoadas por terem dado mais do que receberam, resultando em orfandade funcional e grande sofrimento transgeracional.
E mais: no meu sistema, tanto lado paterno quanto materno, as mulheres ficam sempre sozinhas ou por que nunca encontram ninguém que as satisfaça ou que conseguem ter seus companheiros que acabam por traí-las, indo embora com outras ou, mesmo que permaneçam na relação, na casa fisicamente, nunca estão realmente com elas, como meu pai, por exemplo. A maioria dessas mulheres são também portadoras de doenças graves, crônicas, como minha sobrinha, filha mais velha do meu irmão, que faleceu vitima de um câncer, contra o qual lutou bravamente dos 12 aos 19 anos (rabdomiossarcoma alveolar no braço esquerdo). Essa alma que hoje está com Jesus, eu considerava minha filha de coração, assim como considero a irmã mais nova dela que hoje é uma advogada linda, brilhante e próspera.
Coincidências? Não. Providências, como diz a irmã Neiva tão amada!
Essas pérolas são de um valor incomensurável!
Quantas vivência preciosas! Quantos milagres! Obrigada Deus! Gratidão amados Olinda Guedes e equipe da Escola Real!
Como agradecer a colega amada Eliane e seu filhinho, o ser de Luz Guilherme por me proporcionarem esses momentos de cura? Como? GRATIDÃO ETERNA! Vou orar sempre pela saúde e paz do sistema de vocês! E já estou agradecendo muito a Jesus pelos milagres que Ele concedeu à vocês, a todos do seu sistema e a mim e aos meus! Deus os abençoe grandemente!