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MÓDULO 6

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Ivete Bolzan
mar. 16 - 3 min de leitura
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Devido à vida há 57 anos atrás ser bem diferente quanto ao acesso à informação e por ser natural de zona rural, não tive herói infantil preferido.

O que lembro do tempo da escola é a história do Negrinho do Pastoreio, onde identifico sofrimentos de :escravidão, orfandade, castigo, maus tratos, quase morte, fé e milagre.

Interpretando e relacionando com o meu sistema familiar, entendo que ocorreu escravidão, castigo, maus tratos, quase morte, pelo fato dos antepassados terem que sair da pátria mãe Itália e vir para o Brasil, na travessia viveram muita desumanidade e quando aqui chegaram tiveram muitas dificuldades, pois não era o que fora prometido.

Quase morte também devido às condições que fizeram a travessia foram mal acomodados, mal alimentados, falta de higiene e também pelas dificuldades que passaram no início da vida deles.

Na realidade mortes ocorreram, meu trisavô por parte do nono materno perdeu os pais na travessia e logo que chegaram morreu um tio do meu bisavô por parte do nono paterno.

Entretanto identifico muita fé por parte deles, a coragem de sair da pátria mãe, a travessia e a vida difícil que tiveram principalmente no início, aqui no Brasil, tendo que desbravar matos e serrarias para chegar ao lugar para morar.

Relacionando com a vida do meu sistema familiar, hoje entendo todos os sintomas e doenças manifestados tais como:

* Ansiedade – Falta do pai, por orfandade ou por não ter recebido o amor do pai, os homens tinham que trabalhar e quantos talvez nem sabiam dar esse amor, pois também não receberam.

* Artrose – Também pela orfandade, proibição de expressar o que sentia, hoje ainda tem, mas antigamente era pior, a mulher só tinha que dizer sim.

*Autoritarismo – quantos foram desamparados, não só pela família, mas pela pátria mãe e pelo Brasil, pois o que receberam quando aqui chegaram não foi o prometido.

* Câncer – memória de tortura, abuso, loucura, imagino o que passaram de sofrimento só na travessia, quanta tortura não ter o que comer, onde repousar dignamente.

* Dor nos joelhos – quanta humilhação sofreram com as más condições de vida na pátria mãe, na travessia e quando chegaram aqui, além da orfandade do bisavô que sei, talvez tenha mais.

* Diabetes – faltou a doçura da mãe de muitos, pois as mães tinham que trabalhar para sobrevir não tendo tempo para cuidar dos filhos, quantas talvez nem sabiam dar esse amor, além de quem ficou órfão.

* Medos excessivos – durante a travessia quanto trauma, ameaça e perigo sofreram.

* Obesidade – quanta fome tiveram, não só de alimento mas também de aconchego, carinho e amor.

* Problemas na coluna – ligado à mãe, quanta sobrecarga as mulheres tiveram, pois além de ajudar os homens nos serviços, tinham os afazeres de casa.

Está mudando, mas ainda tem muito essa sobrecarga para a mulher.

Ressalto que relacionei muito com os sofrimentos da travessia no mar, porém durante a vida devem ter tido sofrimentos semelhantes.

Agora um pouco de como considero que eu seja em relação a filmes em geral, gosto de assistir aqueles que trazem mensagem de paz, amor, esperança e alegrias.

Não gosto daqueles que apresentam cenas violentas, morte, brigas e guerras.

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