O amor entre os irmãos é tão grande quanto o amor pelos pais, e a solidariedade entre os irmãos acontece antes que do amor pelos pais. Entre irmãos, aquele que chegou primeiro, transformou seus pais em pais, abrindo caminho para os próximos irmãos. Quando o primogênito está no seu lugar, os próximos irmãos terão uma verdadeira adoração por ele que abriu o caminho. É muito difícil que um irmão mais novo tenha mais sucesso que um irmão mais velho, sente-se culpado. O primogênito tem, além das cargas mais fortes de seus sistema, o destino de substituir parceiros anteriores dos seus pais, quando foram excluídos e esquecidos, porque ele existe graças a que esse parceiro anterior que se retirou e deixou o lugar para o pai e para a mãe. Quando isso acontece o primogênito não se sente filho, se não namorado e amigo de um dos pais. Cresce sem pais em rivalidade com eles e com todos, vivenciando os sentimentos de frustração e ciúmes do verdadeiro parceiro anterior.
O irmão caçula é o que recebe mais amor, por isso costuma sentir uma grande dívida para com seus irmãos mais velhos, e com frequência estes deixam de respeitar a ordem, para levar a maior carga de seus irmãos mais velhos.
"Eu por você"... "Eu te prometo que não serei mais feliz do que você".
Quando o mais velho tem uma dívida real figurada e diz ao pequeno, pague-a por mim essa frase é assassina: "Você por mim"... neste caso é necessário uma grande maturidade. Para que esse pequeno seja capaz de dizer, apesar da culpa: "Não irmão, você por você e eu por mim".
O amor entre os irmãos é muito poderoso. É tão poderoso que, quando um morre ou está passando mal, os outros irmãos não se dão a permissão de serem mais felizes do que ele, a partir do amor infantil, estão dizendo a ele: "Eu como você", aumentando a carga do irmão que sofre, pois com essa frase o irmão sofre, além de levar a sua carga. Se sente culpado pela desgraça do outro.
Texto: Brigitte Champetier de Ribas.
Débora Carvalho
Pedagoga e Consteladora Familiar.