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O que você entende sobre masculino e feminino?

O que você entende sobre masculino e feminino?
Débora Carvalho
nov. 13 - 14 min de leitura
020

A Visão de Sri Prem Baba

Pergunta: Prem Baba, você poderia explicar os mecanismos e qualidades dos princípios masculino e feminino? Os seus sintomas? Como homem, como posso ir além da raiva e agressividade? Como aceitar ao invés de rejeitar o feminino?

Prem Baba: Tudo o que existe nesse universo, é criado a partir da união do masculino e do feminino. Assim é, até um determinado estágio do universo. O masculino como uma força ativa, uma força de ação. E, o feminino como a receptividade, a aceitação. Plantar uma semente é masculino. Esperar a flor nascer é feminino. Essa é uma dança cósmica, que está presente em toda a vida. Esses dois princípios estão presentes em tudo o que é vivo — um complementa o outro. Essa complementação é necessária para a criação acontecer.

Para uma flor nascer, é preciso haver a ação, que é o plantio da semente — e a espera, o tempo, para que ela possa florescer. Até mesmo para manter o seu corpo vivo, esses dois princípios precisam estar continuamente se complementando. Quando você ingere um alimento, isso é masculino. E, o tempo para que os nutrientes possam ser absorvidos pela célula, é o feminino. O masculino não existe sem o feminino — o feminino não existe sem o masculino — e existe uma força neutra que conecta os dois. Portanto, são três princípios que estruturam o universo. Este terceiro princípio é muito subjetivo e, por isso, é muito difícil falarmos a respeito. Ele é o poder que une.

Esses princípios se manifestam muito objetivamente na personalidade humana, onde, através da razão, temos a chance de compreendê-los. E, através da emoção, podemos senti-los. Quando a vida está se manifestando na entidade humana em evolução, é onde temos a chance de compreender mais profundamente esses princípios, embora, eles já estivessem atuando em todos os outros estágios da evolução: quando o Ser está somente adormecido no reino mineral — quando está sentindo no reino vegetal — quando está se agitando no animal — e quando está evoluindo no ser humano. Esses princípios estão proporcionando essa aventura. Mas, no reinado humano, eles se manifestam conscientemente separados: você tem consciência da porção masculina e da porção feminina; cada entidade carrega consigo uma parte maior de cada princípio. Alguns são majoritariamente femininos, e outros, são majoritariamente masculinos. Esses dois princípios estão sempre buscando a fusão, e é o terceiro princípio que proporciona a fusão.

Mas, durante um determinado estágio da evolução, a entidade experimenta a distorção desses princípios, porque no reinado humano, a entidade é envolvida pelo véu de maya, que restringe a sua capacidade de amar e sentir-se unido ao outro; que faz com que você se sinta separado, como um ego solitário, que precisa lutar para defender o seu território — você tem que competir e disputar. Essa ideia de individualidade nasce a partir dos primeiros instantes do nascimento. Na medida em que a entidade humana vai recebendo impressões de desamor, ela começa a desenvolver mecanismos de defesa para se proteger, sendo que, o principal deles é o ódio. Assim como, uma plantinha ou um animal, que libera um veneno para se proteger, a criança, quando se sente ameaçada, libera ódio para se proteger. Esse ódio vai se desenvolvendo de maneiras muito particulares, de acordo com o seu histórico, e vai se desdobrando em muitas formas de autodefesa.

Porém, a principal ação do ódio, é a contaminação desses princípios universais — o masculino e o feminino. Quando o ódio contamina esses princípios, eles são distorcidos. O poder de ação, o poder masculino, quando é contaminado pelo ódio, transforma-se em violência e em agressão, a ponto da entidade sentir que qualquer atitude dela é destrutiva. Isso pode evoluir até um estágio, no qual, como um fenômeno autorregulador, para evitar mais destruição, ela paralisa. Essa paralisação, muitas vezes, é vista como preguiça, impotência, incapacidade. A força da ação, que é a força de realização, fica paralisada. Porque, em algum nível, a entidade sente que, se ela fizer, ela vai destruir. Esse é o processo da distorção do princípio masculino. São inúmeras as nuances e os desdobramentos.

Essas distorções são bem características do reinado humano. Todo ser humano carrega consigo quatro porções: um masculino e um feminino positivos, e a distorção desses dois princípios. Tudo isso é experienciado nessa grande aventura, que são os relacionamentos; que é onde esses princípios estão completamente ativados, e manifestando-se em sua totalidade. Quando o masculino e o feminino positivos se encontram, ocorre a criação de um universo, e um portal de ascensão se abre. Podemos dizer que é uma escada para os mundos superiores; é a chance de um ser humano ascender para as esferas celestiais. Quando o masculino e o feminino negativos se encontram, um portal dos mundos inferiores se abre. Uma escada para descer se apresenta. Portanto, o encontro do masculino e do feminino, é uma escada que pode levá-lo para cima ou para baixo, e, o que vai determinar a ascensão ou a descida, é justamente, se os princípios estão distorcidos ou não. O que é estar distorcido? Estar contaminado pelo ódio.

Falando mais especificamente sobre a entidade humana em evolução, na esfera dos relacionamentos, a distorção do masculino é a agressividade; a violência — com intenção de dominar o outro, fazendo com que ele se sinta menos. Você domina o outro, tirando o seu poder, e fazendo-o acreditar que é inferior. E, obviamente, tirando a sua liberdade; impedindo que ele possa manifestar a sua essência. Então, o masculino distorcido, abusa desse falso poder, para fazer com que o outro atenda às suas exigências. É claro que, os principais auxiliares dessa distorção, são a arrogância e a falsa autossuficiência que, muitas vezes, manifestam-se como indiferença.

Tudo isso é utilizado com o propósito de tirar a energia do outro. Quando o outro cai (e cair significa sentir-se impotente e inseguro), você se sente novamente potente. Porque, estando com esse princípio distorcido, você se sente desconectado da fonte, não se sente alimentado, e precisa retirar energia de algum lugar — e o lugar que você encontra é o outro. Estando com esse princípio distorcido, você se sente separado da Fonte eterna de luz e de amor, e para sentir-se forte, você precisa retirar energia do outro. Então, o princípio masculino usa a crueldade e a tirania, para chegar no seu intento. Ou seja, ele usa a sua própria força de ação e realização, mas distorcida; contaminada pelo ódio.

Quando o principio feminino está contaminado pelo ódio — nessa esfera humana — no universo dos relacionamentos — a capacidade de aceitação se transforma em submissão. Aceitação é amor e, esse amor, quando contaminado pelo ódio, transforma-se em submissão. Que também é uma forma de dominação, porque, estando com o princípio feminino distorcido, você se sente desconectado da Fonte, e precisa retirar a energia de algum lugar, ou seja, do outro. Mas, a distorção do feminino vai por outro caminho. O que é a submissão? É uma fantasia de incapacidade e insuficiência. O submisso, normalmente, também é envolvido por uma crença, de que é uma pessoa muito boa, e que, o maldoso é o agressivo. O submisso se considera um coitado, porque, afinal de contas, ele é tão frágil e delicado… E está sendo massacrado pelo agressivo. Mas, na verdade, essa “fragilidade” é de mentira; é uma estratégia para tentar derrubar o poder do agressivo. Como ele faz isso? Fazendo com que o outro sinta-se culpado pela infelicidade que ele está vivendo. O submisso é dado aos dramas: “A minha vida é puro sofrimento e o culpado é você.” E assim ele retira a energia do outro.

As duas distorções são maneiras de tirar energia do outro. E, afinal o que é essa energia? Amor. A energia que alimenta o universo é o amor. E o que fez com que o princípio fosse distorcido? O desamor. Assim, a entidade passa a vida tentando conquistar o amor, mas de uma forma distorcida, que, ao invés de conseguir amor, o que ela consegue, é tirar o pior do outro. Um submisso somente consegue retirar mais ódio do agressivo, porque ele ativa a violência do masculino distorcido. Assim como, a violência do masculino distorcido ativa a submissão.

Eu me permito, de tempos em tempos, voltar a esse assunto, porque esse não é um assunto qualquer. Nós estamos falando sobre o núcleo da guerra; do núcleo do “não” para a paz e para a ascensão. Esse é o núcleo, e isso precisa ser compreendido. Enquanto esses princípios estiverem distorcidos no seu sistema, você estará alimentando uma guerra. Haverá um “não” para paz e para a ascensão dentro de você. Você pode ver isso, muito nitidamente, nos seus relacionamentos. Porque, eu tenho dito que os relacionamentos são os maiores instrumentos de aferição, para saber onde você realmente está espiritualmente. O que é amadurecer espiritualmente? É curar essas distorções. Você não tem como se enganar, se usar esse instrumento de aferição. Se você acha que está maduro, mas ainda está acusando o outro, e tentando roubar sua energia — isso significa que você não está tão maduro ainda.

A entidade começa a amadurecer de fato, ou seja, começa a subir a escada, quando ela assume a responsabilidade. Se eu não estou me sentindo satisfeito e completo, tem alguma coisa em mim, que não está de acordo. Como tenho dito: independentemente da montanha de defeitos do outro, se você está incomodado, olhe para o grão de defeito em você. Se você pode olhar para esse grão de defeito em você mesmo, você está assumindo responsabilidade; você está começando a se mover em direção à paz e à ascensão — porque você está interrompendo o jogo de acusações, que é a base da guerra.

Por isso, eu fico feliz com suas perguntas: “Como homem, como posso ir além da raiva e agressividade? Como aceitar ao invés de rejeitar o feminino?” Essas perguntas implicam em autorresponsabilidade. Você não está acusando o feminino. Você percebe que, é a distorção em você, que está rejeitando o feminino. Você conseguiu ir além das acusações, e isso é uma grande vitória. Isso não significa que, você está negando as falhas do outro e a sua submissão, mas que você conseguiu escapar dessa grande armadilha da mente, que é o jogo de acusações. Ok, o outro tem seus defeitos… E, talvez, o feminino que se aproxima de você, peça pela rejeição. Mas, se você sente esse impulso de rejeitar, significa que o amor puro está sendo obstruído; significa que existe um veneno no seu sistema, e esse veneno é o ódio.

Então, você está querendo ir além — E como fazer isso? Como ir além dessa agressividade? Dessa distorção do masculino? Há que se realizar esse mergulho no seu interno, para compreender por que você precisa se proteger — porque essa distorção é uma proteção. Nós estamos dizendo que, por trás desse ódio, existe medo. O medo de sentir novamente a dor, que ainda está no seu corpo. Mas, enquanto não entrar em contato com essa dor, para desprogramá-la, você vai seguir reeditando-a — em todos os relacionamentos que você se envolver.

Você pode trocar de relacionamento, mas sempre que começa a aprofundar, você esbarra no mesmo ponto. Esse ponto é como uma ferida que não foi curada. Como curar uma ferida? Você precisa olhar para ela; você tem que limpá-la, passar remédio e fazer curativo. É assim que nós lidamos com esse corpo emocional machucado. Querer localizar e ver a ferida — é o primeiro passo. Na hora que você mexer nela, vai doer um pouco… A ferida ainda não está curada e, às vezes, você precisa retirar aquela casquinha e passar remédio. Há que se ter disposição para fazer esse tratamento. Se você tem disposição, comece a dirigir a sua atenção para isso. Use o seu livre arbítrio para poder ver. Faça uso da oração:

Que eu possa ver; que venha para o campo aberto isso que está escondido. Eu quero ver; eu me comprometo a ver por mais que fira a minha vaidade. Qual é a minha responsabilidade nesse conflito? Por que eu preciso me proteger? Por que eu preciso usar a violência e a estupidez para me proteger? Quem eu estou vendo no outro, e que faz com que eu reedite esse padrão que eu odeio, mas não consigo deixar?

Essa é a reedição do passado que ainda não foi integrado. Esse passado continua vivo. Existe uma ferida que ainda não foi curada. Essa ferida, muitas vezes, faz você fantasiar, a ponto de acreditar que você encontrará a solução no outro.

sriprembaba.org/satsang/210112

Fonte: Site Criando União. 

 

Débora Carvalho

Pedagoga,Psicopedagoga, Terapeuta, Mestre em Reiki, ThetaHealer, Consteladora Familiar.


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